A mestria de saber ouvir os alunos!

A Educação é uma área que convoca múltiplas opiniões, em que todos fazem fé nos pensamentos que expressam ora com base científica, experiencial, no senso comum e no que se tornou regra ou, simplesmente, só para terem motivo de conversa.

Valorizo as ideias apresentadas por pessoas de profissões/ocupações não relacionadas com a Educação e o Ensino pois, sendo genuínas e isentas, ajudam-nos a refletir na nossa ação diária nas escolas em prol dos alunos e, consequentemente, a melhorar procedimentos, práticas, a encontrar soluções e a aprendermos em comunidade alargada. Estes devem ser escutados!

Urge, paralelamente, dar voz aos alunos, e cada escola tem um papel preponderante neste objetivo.

As escolas públicas portuguesas, nomeadamente os seus diretores, têm por hábito escutar as crianças e os alunos que as frequentam, permitindo-lhes ter consciência real no que concerne à satisfação, às dificuldades sentidas, à visão de escola pretendida, e muito mais, inferências, que analisadas posteriormente em sede própria, possibilitam a operacionalização de ações de melhoria que se constituem em mais-valias para os diferentes estabelecimentos de ensino.

A auscultação dos alunos em ambiente formal (conselho geral, reunião de delegados de turma, assembleias de alunos, reunião com associação de estudantes...) ou informal (recreios, diversos espaços das escolas...) é um instrumento poderoso e útil para os diretores, afigurando-se como um aporte importante na resolução de problemas de um modo eficaz e eficiente com múltiplas vantagens no processo ensino-aprendizagem, contribuindo para a melhoria do ambiente da escola, mais atrativo e motivador para as aprendizagens e as interações.

O exercício de saber ouvir deve ser também praticado pelos encarregados de educação em relação aos seus educandos, uma escuta ativa e atenta, valorizando respeitosamente os seus sentires, o seu pensamento e a emoção que expressam, imbuídas de genuinidade e, por vezes, de ingenuidade, engrandecem mais ainda todas as ações mobilizadas para lhes dar segurança e responsabilidade, os suportes e apoios que necessitam e a felicidade que merecem.

Tal como os sindicatos são ouvidos pelo ministério da Educação nos termos legais, deverá ser criada legislação para a obrigatoriedade de os alunos serem auscultados quer pela escola quer pela tutela, mobilizando a tomada de decisões mais consistentes, cabíveis e, na mesma medida, aprazíveis para a comunidade educativa, no cerne da qual estão os discentes.

As associações de pais, interlocutor privilegiado, defendem os interesses dos pais e encarregados de educação, e a sua participação envolvida e ajustada assume-se pertinente, tanto a nível central como num plano particular, no âmbito de cada escola.

A voz dos líderes das nossas escolas é essencial e determinante para a melhoria contínua da aplicação de medidas de políticas educativas a nível nacional. Com brio e excelência, os diretores realizam um trabalho cada vez mais exigente e desafiante nos estabelecimentos de ensino que dirigem, em contacto direto com as comunidades educativas, o que lhes permite deter uma visão ampla e cônscia que deverá ser valorizada e fomentada em prol da melhoria contínua.

Todos importam. Todos juntos somos Escola!

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