Corpo do artigo
Há fogo na Defesa! O Ministério da Defesa Nacional confirmou esta sexta-feira a presença da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas suas instalações. Atos praticados entre os anos de 2018 e de 2021, como suspeitas de corrupção e de participação económica em negócio, estiveram na origem da entrada a pés juntos no ministério.
As buscas estenderam-se à residência do secretário de Estado da Defesa demissionário, Marco Capitão Ferreira, que foi constituído arguido. O ex-governante demitiu-se na sexta-feira e é mais um alvo no caso Tempestade Perfeita, ligado à Direção-Geral de Recursos da Defesa e que já contava com, pelo menos, 19 arguidos.
TSF\audio\2023\07\noticias\09\09_julho_2023_a_opiniao_de_rosalia_amorim
O governo continua a surpreender com casos e casinhos e parece ter pontaria para fazer escolhas desacertadas, com o desgaste que isso implica para o Executivo e para o próprio primeiro-ministro.
A Operação "Tempestade Perfeita" teve as primeiras buscas e detenções a 6 de dezembro de 2022. Esta nova operação policial, que faz jus ao ditado de que "não há fumo sem fogo", executa dois mandados de busca, um de busca domiciliária e o outro de busca não domiciliária, visando a recolha de mais elementos relacionados com suspeitas de práticas criminosas no exercício de funções públicas, designadamente corrupção e participarão económica em negócio.
Marco Capitão Ferreira terá, alegadamente, contratado um assessor fantasma quando esteve à frente de uma empresa pública. Recrutou José Miguel Fernandes, ex-administrador do Alfeite, para a idD Portugal Defence, a holding das indústrias de Defesa, mas não foi visto uma única vez na mesma empresa do Estado.
Melhor ainda: José Miguel Fernandes teria a tarefa de elaborar um estudo detalhado sobre Economia da Defesa, mas o coordenador do relatório diz que ele "não escreveu uma única linha" do relatório e acusa ainda Capitão Ferreira de exigir que o nome constasse como autor. Este caso tem Alberto Coelho, ex-diretor-geral de Recursos da Defesa Nacional, como principal suspeito e fez rolar cabeça o governante.
No governo, o verniz voltou a estalar, desta vez para os lados do Restelo. A ministra Helena Carreiras tem em mãos mais um caso bicudo e que envergonha os homens e mulheres da Defesa. Esta é já a décima terceira saída do Executivo em cerca de quinze meses. Mais um recorde desta legislatura.