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Sendo esta a primeira Opinião de 2023 quero arrancar com alguns destaques que merecem ou irão merecer a nossa atenção em termos de política internacional.
O primeiro e o mais importante é, sem dúvida, o de tentar descortinar o rumo da Guerra russa na Ucrânia. A resposta não é nem fácil nem evidente. Irá depender de muitos fatores internos ao conflito, bem como de fatores externos tais como a força das coligações ou apoios de cada lado desta guerra. Como disse o secretário-geral da NATO, o norueguês Jens Stoltenberg, no início de dezembro: «Mas o preço que pagamos é em dinheiro. Enquanto o preço que os ucranianos pagam é em sangue.»
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Do outro lado do mundo, convêm ter em atenção o que passa em termos de pandemia na China, bem como as suas implicações do ponto de vista político. Vai ser um ano duro em termos económicos e sociais e a China não será exceção. Nesta região, quero também destacar a Coreia do Norte que parece ter regressado ao seu registo militar mais agressivo. Quer a China, quer a Coreia do Norte são catalisadores importantes do conceito estratégico adotado pelo Japão recentemente. Até onde irá a operacionalização desta estratégia numa região que ainda não esqueceu os horrores causados pelo imperialismo japonês na primeira metade do século XX será um dos temas a seguir em 2023. Nesta matéria como em tantas outras o papel dos EUA é crucial.
Por exemplo, vejo com imensa preocupação o novo governo de Israel novamente liderado por Netanyahu e muito mais dogmático. Para ser suave, temo que não seja um fator de estabilidade numa região que precisa desesperadamente dessa mesma estabilidade. Ainda nesta região quero destacar as eleições na Turquia em meados deste ano. A contestação ao atual líder é forte e bem real como podemos atestar pelas manobras pseudolegais para afastar da corrida opositores como o atual Presidente da Câmara de Istambul.
Termino com a superpotência. Ao longo deste ano vamos discutir em detalhe o relatório relativo ao inquérito sobre a malfadada Invasão do Capitólio. Tendo em conta os Trumpistas e quejandos no Congresso e os avanços e recuos de candidatos para a eleição presidencial de 2024 ... este será um ano intenso. Gostaria muito que prevalecesse a moderação e o bom senso de pessoas como Joe Biden. Seria, sem dúvida, um dos meus desejos para 2023.
Até para a semana