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Amanhã, 2ª feira, o melhor é deixar o carro em casa! Vá a pé ou de bicicleta para o trabalho. Os preços dos combustíveis vão voltar a subir, são 11,5 cêntimos por litro no gasóleo e 7 cêntimos na gasolina. A gasolina em Portugal já é uma das mais caras da União Europeia. Famílias e empresas queixam-se dos aumentos consecutivos nos combustíveis.
Também a eletricidade e gás, os alimentos e as prestações de crédito à habitação não param de engordar a factura mensal. Os portugueses têm vindo a perder poder de compra, mês após mês, e as empresas perdem competitividade, comprometendo o seu futuro.
A descida da capacidade de aquisição de bens e serviços já vem do ano passado e os aumentos de rendimentos, quer no público quer no privado, deverão ficar bem abaixo da previsão da inflação para 2022 e 2023. A confirmar-se, esse factor pode comprometer uma das alavancas do crescimento dos últimos anos, ou seja, o consumo privado.
Amanhã, exactamente no mesmo dia em que voltam a subir os combustíveis, é entregue o Orçamento do Estado para 2023, na Assembleia da República. O documento ainda não viu a luz do dia, mas a oposição tem vindo a apresentar críticas às intenções do governo e ao quadro macroeconómico revelado na sexta-feira pelo executivo de António Costa. A economia de guerra e a crise na Europa, já anunciada para o próximo ano, exigem consciência social, mas também prudência económica nas decisões.
Portugal deverá crescer em 2023, mas vai, inevitavelmente, sofrer um contágio negativo da parte de outros mercados europeus com os quais se relaciona comercialmente, como é o caso da Alemanha. O inverno vai ser frio e duro para a economia alemã devido à escassez de fornecimento de energia causada pela guerra na Ucrânia. Sendo aquele país o motor industrial da Europa, podemos vir a assistir ao gripar da máquina germânica e não ficaremos imunes aos efeitos colaterais disso.
As expectativas das famílias e dos empresários estão agora depositadas em algum sinal de esperança que possa constar no documento do OE 2023. Além da meta das contas certas que rege o governo, da previsão de um crescimento económico de 1,3% e de um défice que não vá além dos 0,9%, os eleitores querem mais e aguardam medidas no campo fiscal. Aliviar o IRS e o IRC são decisões que deveriam ser incluídas na equação de Fernando Medina