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A quebra de confiança no plano de vacinação vem afetar ainda mais a economia. A suspensão da vacina da AstraZeneca em Portugal, e poucos dias depois o seu regresso, trouxe inseguranças e pode fazer retrair o comportamento dos agentes económicos. Se as vacinas eram uma luz visível ao fundo do túnel, de repente essa luz empalideceu e ficou ainda mais longínqua.
Um quarto das empresas diz não ter capacidade para resistir à crise, segundo um estudo da Informa D&B. Com a vacinação a oscilar numa espécie de montanha russa, o efeito de altos e baixos na economia portuguesa é potenciado.
Por cá, o pacote financeiro (cerca de 14 mil milhões na primeira fase) está mais alinhado para o investimento público, ainda que de forma indireta possa vir a beneficiar vários setores do privado.
É, por isso, importante que os fundos da União Europeia cheguem. Em forma de bazuca, metralhadora ou tanque de guerra, é importante que comece a chegar dinheiro para reanimar a economia.
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No país aqui ao lado, a bazuca dá pelo nome de España Puede e tem grande enfoque na reabilitação das empresas privadas, grandes, pequenas e médias.
Por cá, o pacote financeiro (cerca de 14 mil milhões na primeira fase) está mais alinhado para o investimento público, ainda que de forma indireta possa vir a beneficiar vários setores do privado.
Em Espanha há ainda uma forte aposta na dinamização de consórcios público-privados e nos Projetos Estratégicos para a Recuperação e Transformação_Económica (PERTE).
No jornal El País, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, do PSOE, publicou um artigo de opinião dedicado ao primeiro projeto deste pacote: a produção de baterias para carros elétricos. A ambição é liderar na produção deste tipo de mobilidade e, para tal, o governo espanhol, a Iberdrola e a Volkswagen querem unir-se numa parceria que poderá fazer nascer uma unidade de fabrico destas baterias em Espanha. Mas, atenção, Portugal e França também são concorrentes ao projecto.
Esta iniciativa de nuestros hermanos que corresponde aos novos desafios da transformação económica, mas também da transição energética, digital e ambiental, todos eles importantes eixos da política comum europeia. De Espanha podem "não vir bons ventos, nem bons casamentos", como diz o velhinho ditado popular, mas poderão chegar bons exemplos de atuação para vencer esta crise provocada pela pandemia de covid-19.
Vejamos o que se passa lá fora. Os países que começaram a desconfinar em fevereiro e a abrir esplanadas, restaurantes e bares veem agora a pandemia a agravar-se.
Claro que a batalha não será ganha sem comportamentos adequados e prudentes. Muitos dos ouvintes já sonham com o 5 de abril, o dia em que vão abrir as esplanadas.
Na rua serão permitidas mesas até quatro pessoas. Abrem também as feiras e mercados não alimentares, as lojas com 200 metros quadrados com porta para a rua, entre outros serviços.
Se França e Itália já estão a regressar ao confinamento, também a Alemanha, Polónia, Áustria, Bulgária e Holanda voltam a ficar em estado de alerta.
O risco agora é passarmos do 8 ao 80. Uma boa gestão das expectativas e das atitudes de prevenção da covid-19 podem fazer toda a diferença na forma como a economia vai evoluir, de preferência sem um novo apagão, sem um novo lockdown.
Vejamos o que se passa lá fora. Os países que começaram a desconfinar em fevereiro e a abrir esplanadas, restaurantes e bares veem agora a pandemia a agravar-se.
Se França e Itália já estão a regressar ao confinamento, também a Alemanha, Polónia, Áustria, Bulgária e Holanda voltam a ficar em estado de alerta e, em alguns casos, a ponderar o fecho de espaços de refeição mesmo ao ar livre.
Prevenir, prevenir, prevenir é a única forma de, enquanto país, mantermos as portas abertas.