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Esta é uma semana novamente marcada pela guerra e pelos bombardeamentos de Israel a Gaza. Pelo desespero de todas aquelas pessoas, de todas aquelas famílias. Não me esqueci do ataque bárbaro do Hamas a civis Israelitas. Do terror que propagaram e de toda a barbárie.
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Israel tem o direito a defender-se e o fim do Hamas é um objetivo que me merece toda a solidariedade. Mas não a todo o custo.
E, no meio de tanta destruição e de tanta tristeza, o início da semana começou com alguma esperança. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, foi o rosto dessa esperança.
Voou para Israel, onde reiterou o apoio dos Estados Unidos a este país. Mas foi também à Jordânia, ao Qatar, ao Bahrein, aos Emirados Árabes Unidos, à Arábia Saudita e ao Egito.
Sentia-se que a diplomacia americana estava de novo viva e bem entregue. Israel não parou com os bombardeamentos, mas o anunciado ataque terrestre, e a carnificina que daí viria, até ver, não aconteceu. Está adiada.
Por outro lado, conseguiu o agendamento de uma cimeira na Jordânia. Uma reunião, que teria sido histórica, em que Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, se iria encontrar com os seus homólogos da Palestina, da Jordânia e do Egito.
A esperança estava naquela mesa, naquela reunião que devia ter acontecido ontem.
Não aconteceu. Na terça-feira, um hospital de Gaza foi bombardeado. Centenas de pessoas foram mortas, num claro crime de guerra e numa barbárie incompreensível.
Palestinianos atribuem a responsabilidade aos israelitas. Israelitas atribuem-no à Jihad Islâmica palestiniana.
Não saberemos em tempo útil quem desferiu o ataque, se foi um acidente ou um ato extremista com vista à perpetuação da guerra. Um ato extremista que, a ter ocorrido, pode ter vindo de ambos os lados e que cumpriu o seu fim: a reunião de Biden com os homólogos árabes foi cancelada.
Esta tem sido a história do conflito Israelo-Palestiniano, uma vitória constante dos extremistas de ambos os lados. De radicais que não desejam a paz, mas a aniquilação do outro. Foi assim nos ataques do Hamas. Foi assim no assassinato de Yitzhak Rabin.
Blinken ainda não conseguiu a paz, mas negociou a entrada de ajuda humanitária em Gaza. É assim que se faz diplomacia, com pequenos avanços. Pequenos passos que no meio do caos não podem ser celebrados, mas que contam muito e são o único caminho para a Paz.
