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Em Portugal, a diferença no salário médio de homens e mulheres ainda é de 15,9%. No ano de 2009, rondava os 20%. Portanto, em mais de uma década já houve avanços, mas, claramente, são ainda insuficientes.
As empresas têm de comunicar quando não cumprem o requisito da igualdade salarial, conforme decisão do Parlamento em 2013, mas, na prática, nenhuma o faz.
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Também a Autoridade para as Condições de Trabalho tem de atuar de forma mais assertiva, levando a sério este tema de discriminação de género. Apesar da ACT já ter notificado mais de 1500 casos, não aplica multas e tem feito apenas advertências.
Ora, quando de nada servem nem a palavra do Parlamento, nem a ação da ACT, a situação é grave e as mulheres sentem-se ainda mais desprotegidas. Já não basta terem de quebrar o chamado "teto de vidro" e dar provas em dobro para se afirmarem no emprego, como ainda têm de levar para casa um recibo salarial inferior ao de um homem.
A denúncia das empresas incumpridoras e a sua penalização pela ACT poderia servir como fator dissuasor para outras organizações. A discriminação salarial por motivo de género é uma prática vulgar em Portugal, que é discriminatória e uma profunda injustiça.
Para função igual deve corresponder salário igual, ainda que, nesta equação, a meritocracia tenha de ser tida em conta. A folha salarial pode assentar numa base equitativa e justa e, em cima disso, pode somar prémios de desempenho e de produtividade, sempre que o trabalhador o mereça e se destaque dos demais. Motivar os melhores é preciso e é justo.