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Hoje trago-vos um país com cerca de 58 milhões de pessoas (de acordo com o World Factbook) de seu nome Myanmar, ou melhor, nomes. Na verdade, alguns países no mundo denominam este país de Birmânia, pois foi a Junta Militar e não o governo democraticamente eleito que fez esta mudança em 1989. Infelizmente, não foi só essa a violência que este território sofreu. À cabeça as violações de direitos humanos a uma escala atroz sobre os Rohingyas sobretudo em 2017. O último golpe de estado no território vai fazer no início de Fevereiro três anos.
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No entanto, depois de uma repressão implacável pela Junta - quero mesmo reiterar o adjectivo implacável - quase três anos depois o combate continua. A capacidade de resistência destes opositores resulta de uma coligação em registo «mínimo olímpico», ou seja, o que os une é a vontade de retirarem os militares do poder e do comando cleptocrático das empresas principais do país. Nesta coligação temos opositores democráticos e também movimentos baseados nas minorias étnicas que constituem cerca de 32% da população e que estão concentradas nas zonas fronteiriças, ou seja, os birmaneses, que são maior grupo étnico, ocupam o território central do país. Nas últimas duas semanas, um ataque mais concertado parece estar a dar frutos.
O nosso radar em termos de atenção está centrado na guerra do Hamas contra Israel, que destronou aliás a guerra russa na Ucrânia. Infelizmente, pelo mundo fora continuam conflitos e guerras civis muito, muito sangrentas. O caso de Myanmar ou Birmânia é claramente um deles. Segundo a ONU, «o número de pessoas que tiveram de fugir das suas casas é de cerca de 2 milhões». Para além desta tragédia humanitária se incluirmos a localização geográfica, os recursos naturais e os vizinhos, em especial, a India e a China, rapidamente percebemos que não podemos estar desatentos ao que se passa neste país do Sudeste Asiático.
Desejo a todos os ouvintes uma óptima semana.