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A primeira fatura da guerra chegou a Portugal: já está anunciado o aumento do preço dos combustíveis para segunda-feira.
Famílias e empresas vão sentir o peso na carteira. O gasóleo vai subir para mais de 1,80 euros por litro e a gasolina ficará acima de 1,90 euros. Antecipando esse efeito, que devora o poder de compra e aumenta os custos fixos, ontem as filas de automóveis nos postos de combustíveis avolumavam-se um pouco por todo o país.
O efeito da subida dos preços dos produtos petrolíferos é direto na inflação. Há, aliás, o risco de toda a Europa entrar num ciclo de inflação elevada e isso representa sempre perda de poder aquisitivo, já que os aumentos salariais para este ano não irão, nem de perto nem de longe, acompanhar estes valores.
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Todos estamos a pagar mais para abastecer um depósito de um automóvel ou um camião. Ao mesmo tempo, dois anos depois do início da pandemia, a mobilidade disparou com a recuperação de algumas atividades económicas e a procura subiu.
A subida dos combustíveis veio para ficar. Os analistas já antecipam que dure durante todo o ano de 2022 face ao contexto de guerra na Europa.
Esta escalada terá efeitos na competitividade da economia. O governo preparou algumas medidas que, não colmatando a situação, pretendem "almofadar" a dor.
Exemplo: a concessão de 20 euros em autovoucher em vez de 5 euros e o prolongamento da medida por
mais três meses (já que terminaria em março).
Ontem, os ministros das Finanças e do Ambiente anunciaram ainda o prolongamento da devolução do ganho extraordinário de IVA com o ISP, até ao final de junho (expirava em abril), entre outras medidas. Mas o pacote soube a pouco. Se a grande fatia da fatura que os consumidores pagam corresponde a impostos, era esperada por muitos uma descida do ISP - Imposto Sobre Produtos Petrolíferos.