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"A promessa por cumprir." Creio que é a frase que mais se ouve quando a conversa é sobre Angola.
Um país tão rico, tão abençoado. Podia ser a América de África. Um país que tem tanto potencial. São todas expressões muito comuns de se ouvir, quando se fala de Angola com uma certa esperança.
Esta promessa por cumprir é o que muitos dizem sobre este país que têm no coração.
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Angola vive uma crise profunda. Uma crise social, económica, política e climática. Esta crise sem soluções de quem as tem de trazer, originou uma vaga de protestos enorme contra o custo de vida naquele país. Os angolanos sabem o que vale o seu país - onde nasceram e vivem - e querem mais, esperam mais, esperam o que é justo: ter uma vida digna.
No entanto, a falta de emprego e outras necessidades básicas por cumprir e que são fundamentais, como o acesso à água ou a serviços de saúde, por exemplo, continuam por se cumprir na maior parte do país.
A reboque da pandemia, o governo angolano em exercício restringiu vários direitos, entra os quais o direito de reunião e manifestação pacífica.
Com o fim da pandemia, a liberdade de expressão e de manifestação não voltou ao normal que afinal, nunca existiu em angola. E as promessas de isso acontecer com João Lourenço, estão ainda por cumprir.
Pelo contrário, tem-se verificado naquele país um aumento exponencial de repressão, perseguição e brutalidade policial a quem ousa manifestar-se ou criticar o poder vigente.
Há vários manifestantes e ativistas presos neste momento. Outros recebem ameaças de morte e intimidações para os obrigar a remeterem-se ao silêncio e a não falarem de uma Angola melhor para todos os seus cidadãos e cidadãs.
Na noite de 11 de julho a Amnistia Internacional fará uma vigília junto à embaixada de Angola, em Lisboa. A partir das 20h. Será uma vigília de paz a lembrar todas as crianças e jovens mortos pela repressão naquele país, nos últimos três anos. Será uma vigília de luz e velas por todos aqueles que hoje estão presos em algum lugar, em Angola, por terem dito aquilo que pensavam.
