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Parece que para nada servem. Nas últimas COP o acordo sobre o texto final tem sido sempre um parto difícil e neste COP 28, no Dubai, não foi diferente. Dali não saíram nem compromissos ambiciosos quanto às metas a cumprir em termos de energias renováveis, redução da utilização de recursos fosseis e sequer de objetivos maiores para a descarbonização.
Ontem, mais uma vez e até ao último minuto, o texto foi discutido entre 200 países. Muitas das delegações foram passear até ao Dubai num mero exercício de faz de conta, porque intenção de mudar o mundo não teriam nenhuma.
Até à hora do registo áudio desta crónica, faziam parte do acordo os seguintes pontos: triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030, com os Estados Unidos e China a concordarem em trabalhar juntos para alcançar esse objetivo; a rápida redução progressiva do carvão e a limitação do número de novas licenças; a utilização de tecnologias de emissões zero e baixas, incluindo tecnologias de remoção, como as que são usadas para captura de carbono, utilização e armazenamento; ainda um compromisso de financiamento climático, mas muito vago.
E, até à mesma hora, continuavam de fora do texto de acordo final a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis; também não havia citação ao petróleo e gás natural; nem havia menção a obrigações dos países ricos apoiarem à equidade na adaptação das outras nações. Em resumo, do Dubai parece sair apenas mais um triste "nim".