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Um dos destaques desta semana na comunicação social foi o alerta da Cáritas, e de outras organizações, por causa do peso que as despesas com a habitação ocupam no orçamento das famílias.
Entre os dados de que dispomos e que se enquadram num programa específico de apoio às famílias mais afetadas pela Pandemia, sabemos efetivamente que o pagamento da renda da casa é a principal causa que leva as famílias a procurar a nossa ajuda.
As dificuldades no acesso à habitação digna, de acordo com os rendimentos das famílias e principalmente das que vivem situações mais frágeis, é um problema que não surgiu com a pandemia. Já o vínhamos a sentir anteriormente, mas tornou-se numa das situações que hoje mais nos preocupa.
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A atual conjuntura vem de facto agudizar a situação da dificuldade no acesso à habitação, mas que agora assume desenvolvimentos críticos, que certamente terão novos contornos com o fim das moratórias.
A verdade é que não podemos ficar indiferentes a este problema que se aproxima de nós como uma bola de neve em formação. Estamos preocupados e não podemos deixar de alertar os responsáveis políticos para este problema. É importante que as famílias, e todos nós, saibamos o que fazer para evitar problemas mais graves, até porque outros sinais se juntam.
Também esta semana dados divulgados pela Segurança Social referem que "entre janeiro e fevereiro de 2021, foram contabilizados mais de 2.800 beneficiários do rendimento social de inserção (RSI). Houve em fevereiro de 2021, 214 239 beneficiários desta medida. O número não era tão elevado desde abril de 2019. Também o número de desempregados em Portugal cresceu 37% em 1 ano. Por tudo isto nós não podemos deixar de estar alerta e de estamos todos convocados.
10 anos guerra Síria
Março traz-nos a lembrança de outras crises. Há 10 anos - fez em março - que se instalou, longe, mas perto, o conflito Sírio. Bem gostaríamos de não assinalar esta triste "efeméride" mas este continua a ser um dos conflitos mais complexos a nível global e não nos deve deixar indiferentes. Falar de 11,1 milhões de pessoas que a precisar de alguma forma de assistência humanitária, incluindo 4,7 milhões de pessoas em necessidade aguda; além de 6,7 milhões de deslocados internos não pode deixar ninguém indiferente.
Na Síria oito em cada dez pessoas vivem em situação de pobreza.
Os caminhos do combate à pobreza e o primado da paz têm sempre de nos deixar vigilantes e comprometidos.
Quando se aproxima a Páscoa, como Cáritas, não podia deixar de partilhar estas preocupações que ensombram Portugal e o Mundo, porque acredito que todos juntos podemos fazer a diferença.