Corpo do artigo
Quem diria que o ano de 2022 seria assim? Como caracterizá-lo? Intenso e complexo talvez sejam os dois adjectivos que podem sintetizar este ano que está quase a terminar.
A nível macro, tivemos um Congresso do Partido Comunista da China com a solidificação do poder de Xi Jinping, umas eleições intercalares nos Estados Unidos que nos deixaram respirar um pouco em termos de combate ao extremismo, racismo e radicalismo, às quais se junta a derrota de Bolsonaro no Brasil.
De tudo o que aconteceu no mundo gostaria de realçar quatro situações. Em primeiro lugar, as mulheres do Irão não se calaram mais e o seu protesto foi acompanhado por tantos outros.
TSF\audio\2022\12\noticias\19\19_dezembro_2022_a_opiniao_raquel_vaz_pinto
Em segundo lugar, as catástrofes e as intempéries. Basta pensarmos no Paquistão e na «carnificina climática» (para usar a expressão de António Guterres) que atingiu este país. Em terceiro lugar os imensos conflitos, guerras e guerras civis por este globo fora desde a Etiópia a Myanmar. Por último, a realidade da pandemia que continua forte na China e fruto de opções políticas vai continuar a marcar a sociedade chinesa.
Mas, se tivesse que escolher dois acontecimentos que marcam este ano de 2022 seriam, sem qualquer dúvida, a resistência ucraniana à invasão russa desde 24 de Fevereiro e o facto da Humanidade ter atravessado a barreira das 8 mil milhões de pessoas a 15 de Novembro.
Por razões bem diferentes são dois momentos de viragem. Mais do que outra invasão de Vladimir Putin (em relação à Ucrânia a primeira foi em 2014) a reacção de Kyiv e o seu apoio por um conjunto de países liderados pelos Estados Unidos excederam as expectativas ... de todos.
Em 2022, passámos a ser 8 mil milhões de pessoas no mundo e este número implica uma resposta colossal em termos de recursos sendo um dos grandes reptos deste século XXI.
Para a semana trago-vos a escolha da figura que marcou o meu ano de 2022. Até lá desejo a todos um Feliz Natal.