"A Opinião" de Daniel Oliveira, na Manhã TSF.
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Daniel Oliveira faz um elogio à capacidade de sobrevivência política de António Costa. No espaço de comentário semanal que ocupa na TSF, "A Opinião", Daniel Oliveira afirmou que o atual primeiro-ministro "tem sete vidas e foram todas criadas por ele".
O comentador olha para a recente remodelação no painel de ministros do Governo como um "truque na manga", que "ninguém esperava".
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Para Daniel Oliveira, a prova das habilidades políticas de António Costa está no modo como lidou com o caso Tancos, que equipara a uma "novela venezuelana". Desta "novela", segundo o comentador, "nada podia sair de bom", contudo, "Costa conseguiu que dela saísse um Governo melhor".
"Ele redistribuiu as cartas de um jogo que parecia perdido", constata Daniel Oliveira. "Há quem despreze esta atividade. Faz mal. A política é a arte de lidar com a incerteza e o desaire e quem não saiba transformar rosas em pães não vai longe e não nos leva longe", atira.
O novo ministro da Defesa - que veio substituir Azeredo Lopes no cargo -, João Gomes Cravinho, é descrito por Daniel Oliveira como " "sóbrio, previsível e competente", qualidades que considera essenciais para "atravessar o campo de minas" que é a relação do Governo com as Forças Armadas.
Também a substituição na Saúde foi, na opinião de Daniel Oliveira, uma batalha ganha. "[António Costa] livrou-se de um emplastro incompetente [o ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes] que, ainda por cima, o fez passar pela vergonha do Infarmed", aponta o comentador. A escolha de Marta Temido para assumir a pasta é elogiada por Daniel Oliveira, que acredita que, pelo facto de esta "conhecer a fundo o Serviço Nacional de Saúde" e ter uma "grande experiência na administração hospitalar", a nova ministra está "preparada para enfrentar o estado de colapso do sistema".
Daniel oliveira considera que a entrada destes dois novos ministros no Governo "é das melhores notícias desde a formação da 'Gerigonça'". "[António Costa] percebeu que estava em perda e reagiu", defende.
"Quando Costa está ferido, parece ganhar novas forças. É isso que faz um sobrevivente. E é isso mesmo que são os bons políticos: sobreviventes", remata.
(Texto: Rita Carvalho Pereira)