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O que posso dizer do estado do mundo depois do ataque do Hamas a Israel no dia 7 de outubro? Não sabemos como e nem quando irá terminar esta Guerra e, na verdade, nesta fase as certezas são muito poucas. Uma delas é esta: ninguém poderá afirmar que a administração do Presidente Joe Biden não se esforçou ou que não tentou evitar os piores cenários, nomeadamente, de uma guerra regional. Bem sei que tenho elogiado e muito o Secretário de Estado Antony Blinken nesta Opinião semanal. Mas, de facto, é muito merecido.
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Nos últimos dias, o líder da diplomacia da superpotência levou a cabo um périplo de visitas, conversações e contactos que começaram em Israel, passando pelos países árabes da região e, em especial, a Arábia Saudita e o Egipto, e finalmente o regresso ao território israelita. Pelo caminho, sabemos que teve lugar uma conversa telefónica com a República Popular da China. Na verdade, tendo em conta a região só ficou mesmo a faltar o Irão, cujo Ayatollah Khamenei se colocou de forma (ainda mais explícita) ao lado do Hamas, e a Turquia.
Dei por mim a pensar, num exercício difícil, o que seria de uma iniciativa como esta se o Presidente fosse Donald Trump? Um Presidente cujas escolhas para o lugar de Secretário de Estado deixaram, de forma eufemística, muito a desejar. Mais ainda, foi notória a sua vontade em esvaziar o Departamento de Estado dos seus melhores técnicos e diplomatas.
Esta é mais uma prova de fogo para a diplomacia de Washington. Ainda bem para todos que essa diplomacia é liderada por Antony Blinken.