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Volvida a primeira semana completa de aulas, os alunos já se (re)ambientaram ao local de ensino e aprendizagem que, por norma, os motiva e os inspira. Fazem novas amizades, preservam as antigas e cultivam a proximidade com os professores, técnicos especializados, técnicos superiores, assistentes técnicos e operacionais. Todos desejam contribuir para o bem-estar dos discentes, proporcionando-lhes, direta e indiretamente, uma excelente formação.
Partilho aqui um momento excecional do dia da receção: encontrando-me eu, como todos os dias, a acolher os meus queridos alunos à entrada da escola, resolvi pedir a dois deles - num espírito de boa disposição que deve reinar em qualquer instituição - a "palavra passe para entrar na escola". Aparentemente descontraídos, e quase sem pestanejar, proferiram as seguintes frases: "adoro a escola" e "aqui sou feliz" com sorrisos de orelha a orelha.
Password aceite, seguida de um aperto de mão e o desejo de um "excelente ano letivo", não se podia esperar por melhor (re)começo de uma rotina diariamente apreciada por todos, pois a construção do futuro tem passagem obrigatória pela Escola.
A prontidão e originalidade das respostas, pela surpresa do desafio e possível noite mal dormida (alguns vinham com borboletas da barriga), encheram-me de orgulho. Os nossos alunos sabem que a escola é um lugar privilegiado onde aprendem para a vida e que contribuiu para a sua felicidade. As pausas letivas revelam-se regeneradoras de energia, mas também promotoras de saudade, e os (re)encontros presenciais revelam-se fulcrais para boas parcerias.
No primeiro dia de aulas, os mais ansiosos e nervosos são mesmo os pais e encarregados de educação. Claramente preocupados com mais uma etapa da vida escolar dos seus educandos, alguns demasiado protetores, por vezes, insistem em cercear a autonomia devida aos seus rebentos.
Alguns só não entram pela escola com o automóvel, direto à sala de aula, onde deixariam os seus rebentos, porque é impossível. Comportam-se como verdadeiros pais-coruja, esquecendo-se de que lhes devem dar ordem de voo a solo, deixando-os ganhar independência, liberdade e poder de decisão (errar é bom!), não devendo retardar o seu crescimento integral e salutar.
Com o decorrer do ano letivo, os pais e encarregados de educação vão descontraindo, compreendendo a importância da felicidade, este estado emocional vital em todos os contextos de vida, sobretudo, dos mais novos. São esses momentos inesquecíveis que queremos que levem para o futuro, que os aguarda num portão um pouco mais à frente.