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Bom Ano! Hoje vamos começar pelas boas notícias: a taxa de desemprego está em baixa. Recuou para 6,3% no mês de novembro, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística.
São "menos 0,1 pontos percentuais do que no mês precedente, igual a três meses antes e menos 0,9 pontos percentuais do que um ano antes", diz o gabinete de estatística.
Os números mostram como o país é resiliente. Mas evidenciam também, de forma notória, de que forma os apoios públicos para enfrentar a pandemia foram determinantes para chegarmos até aqui.
Apesar da boa nova, ainda assim é preciso saber se serão estes os números reais do desemprego em Portugal? O lay-off foi esticado até ao limite, assim como outros apoios às empresas e ao trabalho. Alguns dos indicadores, mesmo oficiais, podem estar presos por pinças.
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Vejamos outros números que, neste caso, dão má noticia: encerraram quase 13 mil empresas em 2021 apesar de todos os apoios do Estado. Em Portugal, no ano passado, fecharam portas 12900 empresas, a que se juntam mais 1951 que iniciaram processos de insolvência em tribunal.
Números "relativamente baixos", já que se mantêm inferiores aos de 2019, ou seja, do período pré-pandemia. Os dados são do Barómetro da Informa D&B, que aponta as medidas estatais de apoio à Covid-19 como a explicação para a tendência. Mais uma vez, a mesma pergunta: serão reais estes números?
Há ainda hoje uma grande incerteza quanto ao futuro. E se os apoios do Estado foram, sem dúvida, importantes para que muitas empresas conseguissem manter a atividade e os postos de trabalho, este ano e os seguintes essas mesmas empresas podem depender da forma inteligente, ou não, como conseguiram utilizar todos os recursos para se manterem ativas e competitivas.
O fim dos apoios é certo, só não se sabe ainda quando chegará esse dia. Prudentemente, neste arranque de ano quando se olham os números é preciso apurar da sua veracidade e adesão à realidade e do seu impacto, de forma pragmática e deixando de lado meros argumentos eleitoralistas.