Corpo do artigo
O primeiro-ministro demitiu-se. O país vive, desde ontem, uma crise política de que há muito não há memória. As suspeitas que recaem sobre António Costa danificam a imagem e credibilidade do chefe de governo e Costa fez bem em afastar-se.
TSF\audio\2023\11\noticias\07\08_novembro_2023_a_opiniao_de_rosalia_amorim
E agora Marcelo? Eleições antecipadas, sim ou não? Antes de responder à pergunta, o presidente da República vai ouvir os partidos e os conselheiros de Estado.
Se por um lado, Marcelo no passado avisou Costa de que não poderia sair para a Europa e deixar a maioria absoluta sem rosto, por outro vê-se confrontado com uma demissão.
Segundo, a maioria absoluta está colada à pele do Partidos Socialista Marcelo poderá vir a convidar a maioria PS para formar novo governo e indigitar novo primeiro-ministro. Não seria uma novidade, Jorge Sampaio fez o mesmo quando Durão Barroso saiu para Bruxelas e nas suas funções ficou Santana Lopes.
Terceiro, vai o Presidente convocar eleições antecipadas? Se sim, o PS será certamente penalizado pelos eleitores perante os acontecimentos graves das últimas horas; por outro lado o PSD dificilmente terá condições para formar governo sozinho e poderia ter de criar uma coligação de Direita, eventualmente com o Chega. Vai Marcelo querer ficar para a história como o presidente que colocou o Chega no poder? Duvido.
Enquanto Marcelo pensa, ouve e decide, Costa olha para a parede onde tem pendurado um calendário com as próximas nomeações europeias e pergunta: E agora Marcelo?