Daniel Oliveira critica aqueles que dizem que a diminuição do défice deve-se apenas ao facto de o Governo socialista estar a cobrar "a maior carga fiscal de sempre".
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No espaço de comentário que ocupa na TSF, "A Opinião", Daniel Oliveira acusou a oposição de tentar fazer parecer que a redução do défice e o aumento do emprego são uma má notícia.
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O comentador admite que se pode questionar se o investimento na Saúde e na Educação está ao nível necessário ou se a prioridade não deve passar por "fazer brilharetes em Bruxelas", ultrapassando as metas impostas, ou ainda se as cativações não são um orçamento dentro do Orçamento do Estado, para ludibriar os deputados.
O que não se pode questionar, na opinião de Daniel Oliveira, é o facto de que a redução do défice resultou de um fenómenos positivo: o crescimento do emprego.
"Por razões ideológicas, a direita tem preferido fazer uma oposição mais sexy", dizendo que "isto aconteceu porque temos a maior carga fiscal de sempre", constatou o comentador.
Daniel Oliveira considera que a crítica feita pela oposição "alimenta um equívoco": "Pretende-se passar a ideia de que estes 0,5% [de défice] resultam numa fúria fiscal do Governo e isso é factualmente falso."
"Não houve um aumento geral de impostos. Longe disso", defendeu o jornalista, referindo que se verificou a subida de alguns impostos, mas também a redução de vários outros.
Daniel Oliveira argumenta que a carga fiscal aumentou, sobretudo, porque "há mais pessoas empregadas".
"Quando os desempregados começaram a trabalhar, passaram a pagar IRS e a descontar para a Segurança Social e as empresas passaram a descontar a sua TSU. Isto fez com que as receitas do fisco e da Segurança Social aumentassem mais do que o PIB", justificou. "Em resumo, a péssima notícia do aumento da carga fiscal resulta da excelente notícia da redução do desemprego."
"Para fazer este debate com seriedade, têm de dizer as coisas como elas são", atirou Daniel Oliveira. "Podemos discutir para onde deve ir o dinheiro, não podemos é usar uma expressão que a maioria não sabe bem o que quer dizer para fingirmos que uma boa notícia foi uma má notícia", concluiu.
Texto: Rita Carvalho Pereira