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Toda esta última semana ficou marcada por diferentes gestos que foram assinalando do Dia Mundial do Refugiado. Este ano marcado de forma particular por duas efemérides: 20 anos, sobre a instituição da pelas Nações Unidas e 70 anos desde a Convenção dos Refugiados de 1951.
As datas são importantes porque nos dão marcos, porque nos situam no caminho já percorrido e percorrido por tantos.
Olhando a realidade europeia temos de estar preocupados com o facto de na Europa o asilo e acolhimento continuar a não ser uma realidade e isto apesar de haver mais de 82 milhões de pessoas deslocas - forçadamente deslocadas.
A verdade é que não existe uma definição universalmente aceite de migrante. As migrações são simplesmente o movimento de pessoas de um local de residência para outro e são uma das principais características do mundo globalizado atual.
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Nesta definição enquadram-se refugiados ou requerentes de asilo, deslocados internos, dentro do seu próprio país, devido a um conflito ou desastre natural, ou migrantes à procura de melhores condições ou melhores oportunidades, noutros países, regiões ou continentes. Podem ser adultos ou crianças, sozinhas ou acompanhadas pelas suas famílias.
As motivações para migrar são efetivamente diversas, podem ser por amor e para formar uma família, por motivo de guerra e pela busca de viver em segurança, para obter melhores condições financeiras, ou até curiosidade para experienciar novas culturas e costumes.
Migrar faz e sempre fará parte da experiência partilhada do ser humano.
A solidariedade global com os refugiados e os países que os acolhem é profundamente necessária. Os países desenvolvidos apenas acolhem 15% dos refugiados de todo o mundo. Portugal tem sido um país envolvido e tido como exemplo no acolhimento, mas não poderemos fazer mais? Poderá Portugal servir de exemplo para países mais "evasivos"?
Sabendo que a migração pode contribuir positivamente para o desenvolvimento socioeconómico e demográfico da Europa e enriquecer as nossas comunidades, a Cáritas defende a criação de políticas que facilitam a mobilidade humana de uma maneira segura e organizada.
Nos últimos quatro anos a Cáritas como rede internacional, trilhou um longo caminho de braços abertos para o acolhimento. Deixo como sugestão a visita ao nosso site www.caritas.pt onde podem encontrar um filme documentário sobre mobilidade humana, onde são ouvidas várias vozes e vários testemunhos.
Que sejamos capazes de repensar a nossa indiferença. É urgente proteger, promover, acolher e integrar as pessoas que se deslocam.