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O que se passa nas forças de segurança, com falta de efetivos e condições pouco atrativas para o exercício da profissão, há muito que deveria preocupar o poder politico de um dos países mais seguros do mundo. Deixar sem solução este problema, evidente aos olhos de todos, é abrir caminho a perigosos extremismos que já começaram a contagiar muitos dos profissionais da GNR e da PSP, como se viu na manifestação de Lisboa e como já se tinha percebido na disponibilidade para fazerem parte das listas do Chega nas eleições legislativas.
Num quadro de pessoal onde já há um grande défice face às necessidades reais, querer contar apenas os que precisam de ser substituídos daqui para a frente, como acusam os sindicatos, é tapar o sol com uma peneira. De igual modo, se o estatuto remuneratório e as condições de trabalho dos agentes da PSP e dos militares da GNR não forem melhorados, reivindicações que deram pretexto para a grande manifestação do mês passado, não haverá troca de aposentados por efetivos que motive quem tem de garantir a segurança de todos os portugueses.
A guerra surda entre os diferentes ministérios e o ministério das Finanças, zelador dos dinheiros públicos, deve pender maioritariamente para o lado de Mário Centeno, mas há coisas com que a politica não deve querer testar os limites. Em forças de segurança já infiltradas pela extrema-direita, em que até os agentes ou militares que não alinham com esses movimentos inorgânicos dizem compreender os companheiros que se alistam na intolerância, é tempo de abrir os cordões à bolsa para resolver de vez o problema. Antes que seja preciso chamar a polícia para pôr na ordem a polícia.
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