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Nos últimos dias e ao longo desta semana a palavra cimeira está na ordem do dia. Entre a dos BRICS na semana passada, a do G7 na Alemanha e a da NATO em Madrid o reequilíbrio de forças a nível internacional é evidente.
Gostaria de destacar dois pontos em relação a esta sucessão de cimeiras. O primeiro está relacionado com a Cimeira do BRICS, ou seja, entre Brasil, Rússia, India, China e África do Sul. No final da cimeira foi adoptada a Declaração Beijing de 24 de Junho, um texto com uma abrangência significativa de temas e territórios desde o ambiente à Inteligência Artificial e desde à Ucrânia ao Afeganistão. Dos vários países convidados tenho que destacar a Argentina, o Egipto, a Indonésia e o Irão. São todos países essenciais nas suas regiões e as suas opções externas são, por isso mesmo, importantes na rivalidade internacional entre os EUA e a China.
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Em segundo lugar, a cimeira da NATO desta semana. Uma cimeira na qual o grande objectivo é o «novo conceito estratégico». Este objectivo tem feito o seu caminho nos estados-membros da organização transatlântica, mas, sem dúvida, que a Guerra (hoje é o dia 124) lhe deu uma urgência bem diferente.
Em matéria de países convidados a lista é também interessante e inclui dois aliados firmes dos EUA que são fora da geografia transatlântica: Austrália e o Japão.
Tendo em consideração que um dos grandes temas da Cimeira é a China podemos afirmar que, do ponto de vista estratégico, esta vai ser uma semana bem animada.