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Majid Kazemi, Saleh Mirhashemi e Saeed Yaghoubi são três jovens que foram detidos no Irão em Novembro de 2022 por terem participado em manifestações a nível nacional desencadeadas pela morte sob custódia da jovem Mahsa Amini.
Depois de presos foram sujeitos a tortura.
TSF\audio\2023\05\noticias\20\20_maio_2023_a_opiniao_de_pedro_neto_e_sobre_a_pena_de_morte_executada_a_3_jovens_esta_manha_no_irao_por_se_manifestarem_pela_liberdade_
Os interrogadores suspenderam Majid de cabeça para baixo e mostraram-lhe um vídeo em que torturavam o seu irmão, que também tinham detido. Também o submeteram a execuções simuladas pelo menos 15 vezes, colocando-o de pé numa cadeira e pondo-lhe uma corda à volta do pescoço, para depois o puxarem para baixo, soltando-o de novo apenas no último momento.
Nos dias que antecederam o julgamento, ameaçaram matar os seus irmãos se ele não aceitasse as acusações de que era alvo e "confessasse" tudo o que eles dissessem para ele confessar.
Majid Kazemi disse, numa gravação áudio feita na prisão, que foi forçado a prestar falsas declarações autoincriminatórias depois de o terem espancado, de lhe terem dado choques eléctricos, de o terem ameaçado violar, executar os seus irmãos e ameaçar os seus pais.
A acusação oficial era a de terem inimizade contra Deus, por porte de arma - que nenhum deles tinha. O verdadeiro "crime" que incomodou as autoridades foi o de irem para a rua gritar por Liberdade.
Num julgamento sem provas, sem direito a defesa, sem nada mais que um sumário, foram condenados à morte.
A aplicação da pena de morte a estas pessoas é um acto de vingança contra uma geração corajosa de manifestantes que têm exigido os direitos do povo iraniano durante os últimos sete meses. É mais uma prova de que as autoridades estão a tomar medidas cada vez mais violentas e extremas para atormentar e aterrorizar as pessoas no Irão, e assim acabar com as manifestações e a qualquer preço impor o silêncio através da força bruta.
Estes três jovens foram executados ontem de manhã.
Por cá, continua a novela de um ministério já sem infraestrutura nenhuma de credibilidade e que a única coisa que consegue ainda é continuar a minar a democracia no nosso país.
