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Para Daniel Oliveira, as autoridades de saúde, a classe política e a comunicação social têm o dever de passar uma mensagem de confiança para evitar que o surto de coronavírus provoque o pânico.
Episódios como o da escola de Vila Nova de Gaia, onde 84 estudantes faltaram às aulas porque uma das crianças tinha estado em Milão, e da mulher fechada numa casa de banho no Centro de Saúde de Cantanhede por suspeita de coronavírus revelam "alguma impreparação do Serviço Nacional de Saúde (SNS)", nota.
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A falta de confiança nas autoridades de saúde "é o melhor passo para se espalhar o pânico", alerta Daniel Oliveira no seu espaço de opinião na manhã TSF.
Ainda se sabe muito pouco sobre o Covid-19, apenas que a taxa de mortalidade é relativamente baixa, mas a progressão é muito rápida, pelo que "não temos outro remédio se não confiar nas autoridades de saúde". Nesse sentido, estas "têm de ter uma comunicação clara, regular, rigorosa", defende.
Também os jornalistas têm um importante papel social: o dever de divulgar informação "verdadeira, rigorosa e cuidadosa", lembra o comentador. A comunicação social tem um papel "fundamental para transmitir informação sem alarmismo e abandonar esta overdose um bocadinho absurda".
Por fim, destaca Daniel Oliveira, há que evitar aproveitamentos políticos: "Este não é o momento para provar que o SNS está em colapso, que o Governo é incompetente, que os hospitais privados são melhores que os públicos, que os enfermeiros e médicos precisam de melhores condições e salários". Depois de ultrapassada a crise pode fazer-se um balanço, mas para já "não é o momento para mudar leis e para ganhar votos."
Ainda não é possível saber se o surto de coronavírus vai ou não ter uma dimensão dramática, "mas temos de nos preparar para isso mantendo a serenidade e sendo todos adultos", apela.
Texto: Carolina Rico