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As medidas tradicionais de cortes de custos nas empresas já não chegam, já não são suficientes. A crise inflacionista obriga a uma nova ginástica. Todos os empresários e quadros dirigentes já o sabem, afinal não há como acomodar tantos aumentos de preços e sobreviver é preciso.
Um estudo recente da Accenture revela que mais de três quartos das empresas (76%) cortaram custos para sobreviverem durante a pandemia. E hoje 90% dos gestores afirmam que deve ser adotada uma nova abordagem quanto à redução de custos que permita responder às contínuas disrupções e, simultaneamente, criar valor para as organizações. Ora aí está a grande questão: como cortar para preparar a empresa para o futuro, mas, já agora, sem matar a própria empresa?
A estratégia de encolher para sobreviver deve ter em conta as aspiração e desenvolvimento futuro da organização e das suas pessoas. Mas sabemos, todos, que nem sempre é assim. O memso relatório, que se baseia num questionário global a 2000 executivos de 15 indústrias diferentes, tem como uma das principais conclusões a urgência na mudança da estratégia de redução de custos tradicionalmente adotada.
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Os líderes inquiridos reconhecem que as futuras estratégias de despesas devem estar alinhadas, precisamente, com o crescimento, a sustentabilidade, a inovação, e ainda focadas em criar novas capacidades apoiadas pela tecnologia.
Vamos às lições a aprender por quem está a pensar ativar a tesoura uma vez mais: a grande maioria dos inquiridos (92%) afirma que estas transformações não devem contemplar apenas as questões financeiras, mas que é necessário considerar o seu impacto na sustentabilidade e propósito da empresa.
A prioridade não deverá ser apenas o lucro, mas sim o crescimento responsável. Os líderes dos dias de hoje devem procurar reformular os negócios de forma abrangente, em vez de se concentrarem em apenas numa ou duas áreas como faziam antigamente.
A importância da tecnologia na transformação estratégica dos custos não deve ser esquecida, bem como o planeamento de cenários futuros. 70% dos inquiridos afirmam estar já a investir em tecnologias como inteligência artificial, ferramentas digitais e cibersegurança para otimizar processos. Sem este investimento, 80% dos executivos perspetivam desafios contínuos para a transformação dos custos.
Portanto, não se esqueçam de que a tecnologia pode ser uma aliada e não usem a tesoura sempre para o mesmo fim: cortar nos recursos humanos.