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Os números da pandemia, consistentes com claro esbatimento da curva, deram azo a que se colocasse em circulação um "documento falso", derivado de um "suposto plano de desconfinamento" atribuído ao Governo. Prontamente, este emitiu uma "Nota à Comunicação Social", demarcando-se da "adulteração abusiva da tabela de desconfinamento divulgada em abril do ano passado."
Não pretendendo desconfinar à toa - tendo bem presente a estratégia assumidamente falhada adotada no Natal pelo governo - começamos a estranhar determinados procedimentos e notícias (algumas indubitavelmente fake news), a par da pressão que tem vindo a multiplicar-se solicitando a elaboração de um plano de regresso ao ensino presencial.
O paradigma reativo deverá ser substituído pela proatividade de decisões oportunas, para que seja possível prevenir manifestações indesejáveis e medidas insensatas, autênticas surpresas do divino.
Nos últimos 12 meses, a maioria dos alunos permaneceu cerca de 73 dias em casa a aprender à distância. Foi um tempo demasiadamente longo!
Num ápice, passou-se do 80 para o 8 no âmbito da atuação governamental!
Perspetivando as preparações marcadamente distintas das festas religiosas do Natal e da Páscoa, a arte, desvendada ou ainda em segredo, está no equilíbrio - nada fácil nem facilitado - entre regressar à escola e a premência de continuar em casa.
Nos últimos 12 meses, a maioria dos alunos permaneceu cerca de 73 dias em casa a aprender à distância. Foi um tempo demasiadamente longo!
O impacto nas aprendizagens, principalmente dos mais jovens, será adverso, tal a perda de conhecimento e cultura provocada pelo E@D, que associada à sua tenra idade e escassa competência de autonomia os inibe de contrariar a tendência generalizada.
As implicações na saúde mental das crianças, e dos estudantes em geral, deverão merecer a preocupação de todos, agravadas largamente pelas repercussões penosas a nível económico para o país (e o mundo) nos próximos anos.
Estou convicto que no dia 11 do próximo mês, caso os números se mantenham colaborantes, será anunciado o regresso às escolas das crianças/alunos mais novos.
A abordagem que tem imperado equivale ao apagar um enorme incêndio, por vezes descontrolado, para o qual se lançam os antídotos eficazes (água, pó químico, etc.) e se tendem a definir as estratégias mais acertadas, esquecendo-se, contudo, de equacionar o tempo estritamente necessário para o controlo total, acentuando-se, assim, o trabalho e os esforços árduos na recuperação da área ardida.
Estou convicto que no dia 11 do próximo mês, caso os números se mantenham colaborantes, será anunciado o regresso às escolas das crianças/alunos mais novos, coincidindo com a apresentação pública do plano de desconfinamento do país, conforme promessa do primeiro-ministro.
A estratégia mais prudente convoca um conjunto de condições, desde logo o regresso faseado e gradual à escola, começando nos níveis etários mais baixos, a priorização dos profissionais das escolas (professores, técnicos especializados, assistentes técnicos e operacionais...) na toma da vacina, à medida que retornam ao seu local de trabalho, e o reforço dos testes antigénios, entre outras dimensões que venham a afirmar-se igualmente relevantes.
O trabalho pós desconfinamento prevê-se hercúleo, requerendo a solidariedade de todos, mas essencialmente a implicação diligente e consonante dos governantes, em quem desejamos acreditar, no tocante às decisões que serão assumidas, reconhecendo o momento dificílimo para as concretizar.