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Hoje, dia 11 de abril, entramos no dia 47 da Guerra Russa na Ucrânia.
Uma das dimensões desta guerra que tenho acompanhado com atenção é a do impacto nas eleições internas dos estados-membros da União Europeia. E, em particular, em relação aos que admiram Vladimir Putin e que a ele estão associados, seja politicamente, seja financeiramente.
No que toca aos defensores da democracia liberal as eleições recentes na Hungria foram um revés. Não muito surpreendente, mas a reeleição de Viktor Orbán foi claramente um revés.
Ontem os nossos olhos estiveram centrados na primeira volta das eleições em França. Macron ficou à frente e agora vai ter de arregaçar as mangas e fazer mesmo campanha interna.
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No entanto, quando olhamos para outros candidatos tais como Marine Le Pen temos uma fotografia bem menos democrata liberal. Nestas figuras com mais ou menos entusiasmo depois da invasão da Ucrânia temos admiradores de Vladimir Putin.
A segunda volta das eleições em França a dia 24 de abril promete e será acompanhada por todos os europeus. Mas, ontem, tivemos também palavras certeiras de uma figura muito especial: o Papa Francisco. Para além de apelar à Paz deixou-nos uma pergunta que vai ao coração do que vemos e do que assistimos em termos de destruição da invasão russa. Uma pergunta simples, genuína e crucial: «Que vitória será aquela que plantará uma bandeira sobre um amontoado de destroços, de escombros?»
Esta é uma pergunta à qual só Putin pode responder, embora me pareça, sinceramente, que a sua resposta trará ainda mais desumanidade e horror.