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Hoje, 6 de Junho, entramos no dia 103 desta Guerra.
Ao longo de mais de cem dias que nos parecem tão longínquos há algumas lições que podemos retirar. Eu quero destacar duas.
Em primeiro lugar, os EUA têm sido cruciais na liderança da coligação de países que ajudam a Ucrânia. Tem sido crucial face às diferenças entre os vários países europeus e ao impacto diferente que esta guerra está a ter nas suas economias e nas suas sociedades.
Não tem sido enfatizada o suficiente a importância da articulação diplomática feita pelo Secretário de Estado Antony Blinken. Diplomatas como a Embaixadora Linda Thomas-Greenfield na ONU têm sido igualmente importantes.
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Mas, nada disto seria possível sem um Presidente que soube escolher uma equipa de primeira qualidade e na qual Biden delega e confia.
O mesmo se pode dizer face aos seus aliados em relação aos quais Joe Biden soube, em momentos certos e importantes, deixar os holofotes para os líderes europeus.
Em segundo lugar, Moscovo actuou como catalisador de mudanças (indesejadas pela liderança russa, é certo) que não pareciam possíveis ou que não estavam sequer no horizonte:
Por exemplo, a Dinamarca reverter a sua opção de estar de fora da dimensão de defesa da UE e os seus vizinhos Helsínquia e Estocolmo quererem entrar para a NATO? Quem diria que em 2022 estaríamos a pôr em marcha um plano de autonomia face ao petróleo russo e em alguns países mesmo em relação ao gás natural?
Quem diria? Certamente não Vladimir Putin.