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Esta semana comemorámos na terça-feira, dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher.
E, hoje, quinta-feira entramos no dia 15 da Guerra Russa na Ucrânia.
Esta guerra tem sido reveladora a muitos níveis e há um que gostaria de destacar. Falo do corrupio de certos europeus que andaram anos a santificar Vladimir Putin e que agora bem tentam tapar o sol com a peneira, ou numa expressão mais adequada ao tempo invernoso de hoje, tentam passar pelos pingos da chuva sem se molharem, enfim, pensando que a memória pode ser curta e muito, muito seletiva.
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Nesta matéria o vídeo do modo como um Presidente da Câmara polaco a braços com os refugiados ucranianos recebeu Matteo Salvini é, simplesmente, imbatível. Confesso que vi não uma, mas várias vezes este vídeo. O polaco surpreendeu Salvini com aquela "sua" t-shirt vestida em Moscovo, em 2014. E o que tem de especial esta T-Shirt? A cara do Presidente russo e a seguinte legenda: "Exército de Putin". Para quem quiser revisitar todo este percurso de fascínio de Salvini em relação ao homem forte do Kremlin o Politico tem um artigo excelente.
Mas, nesta Opinião a homenagem só pode mesmo ser às mulheres ucranianas. Muitos já o fizeram e aqui fica a minha. Os exemplos são tantos, mas talvez o que mais me marcou foi uma mini reportagem da Deutsche Welle sobre um grupo de mulheres muito especial. Esta agência de notícias alemã fez um vídeo sobre as mulheres ucranianas que estão a viver, a sofrer uma guerra. Vale mesmo a pena ver esta pequena, pequena reportagem - cerca de um minuto e vinte segundos - que é um tributo à sua coragem. Nas suas palavras temos "trinta voluntárias que ficaram para trás". Para quê? "Para poderem alimentar o seu exército fazendo pão (...) outras costuram bandeiras da Ucrânia e outras uma espécie de compressas para os soldados pararem de sangrar."
A líder desta equipa de 30 voluntárias sintetiza assim o esforço: "Tempos de guerra realçam a força das mulheres. As mulheres fazem o mesmo que os homens. Estamos na linha da frente. As nossas mulheres lutam e também morrem."
Pois é. Temos toda uma nação a lutar pela sua sobrevivência face a um invasor numa guerra sem tréguas.