Corpo do artigo
Hoje, segunda-feira, dia 14 de Março, entramos no dia 19 da guerra russa na Ucrânia.
Temos visto como a destruição das cidades ucranianas é cada vez mais uma realidade desta guerra. As baixas vão aumentando, a dor parece não ter fim e os civis não são (nem serão) de todo poupados.
Há muitos aspectos de uma guerra que não podemos evitar, ou em relação aos quais nada podemos fazer. Mas há uma "baixa" desta guerra, como de tantas outras, que pode ser, que deve ser a excepção. E que merece a nossa atenção.
TSF\audio\2022\03\noticias\14\14_marco_2022_cafe_curto_raquel_vaz_pinto
No Twitter, o Pedro Magalhães escrevia estupefacto sobre o cancelamento de um concerto: a decisão da Filarmónica de Cardiff face à música, à arte de Tchaikovsky. Passo a citar: "Neste momento não é apropriado."
As a gay man whose homosexuality is denied by the current Russian regime, and whose extraordinary music was criticized even in his time for his refusal of nationalism and openness to Western and even Asian influences, how stupid do you think he would find this? https://t.co/FY0ee8xtHs
- Pedro Magalhães (@PCMagalhaes) March 9, 2022
Fiquei a pensar nisto. Na verdade, enquanto lia o tweet comecei logo a imaginar o que seria a minha vida sem, por exemplo, Tolstoi ou Dostoievski. Como é que se explica o século XIX sem incluir estes dois gigantes da literatura?
A lista de escritores, poetas, músicos e restantes artistas russos é imensa.
Eu não tenho qualquer intenção de sobrepor Vladimir Putin e o seu núcleo duro, os responsáveis por esta guerra, a toda esta alma russa.
Da minha parte, Dostoievski e Tolstoi são um caso sério, mas mesmo um caso sério de amor para a vida.