"É tempo de despertar contra os populismos que parecem ter substituído o nazismo"

Lisboa, 25/07/2017 - Decorreu hoje no Palácio de Belém uma entrevista a Marcelo Rebelo de Sousa, atual Presidente da República Portuguesa. Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa, professor catedrático de Direito, jornalista e comentador político, exercia a função de docente e presidente do Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, até vencer as eleições presidenciais de 2016. Na vida política foi deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República, eleito pelo Partido Social Democrata; Secretário de Estado (1981-1982) e Ministro (1982-1983) dos Assuntos Parlamentares; líder do PSD, entre 1996 e 1999. (Orlando Almeida / Global Imagens)
Orlando Almeida / Global Imagens
No Dia Internacional Contra o Fascismo e Antissemitismo, o Presidente da República escreve um texto para a TSF, em que pede aos portugueses que despertem contra os riscos dos chauvinismos, das xenofobias, dos racismos e dos populismos.
Hoje, Dia Internacional Contra o Fascismo e o Antissemitismo, por iniciativa do Parlamento Europeu, é tempo de recordar, de despertar e de agir.
De recordar - de recordar a Noite de Cristal, de 9 para 10 de novembro de 1938, em que 7500 lojas judaicas foram atacadas, 265 Sinagogas destruídas e 1919 incendiadas, assinalando as vagas de prisões e deportações, que culminaram nos campos de concentração. Mas também que simbolizariam a subida das ditaduras e a dilacerante guerra na Europa e no mundo.
Despertar, também - despertar para os riscos, sempre presentes, dos chauvinismos, das xenofobias, dos racismos, dos chamados populismos, que hoje parecem, tantas vezes, ter substituído o nazismo e o fascismo de há cem anos.
Agir - agir enfrentando as crises económicas, as injustiças sociais, as fragilidades dos sistemas de partidos e dos parceiros sociais, a corrupção das pessoas e das instituições, que minam as democracias e fazem florescer os seus inimigos.
Oitenta anos depois, não podemos nem devemos esquecer as lições de um passado que não prescreve.