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Nos últimos dias, concretizaram-se duas pretensões sentidas como essenciais na Educação: a priorização dos seus profissionais na toma da vacina e a chegada do equipamento informático destinado aos professores.
Na madrugada da passada quinta-feira, começaram a ser rececionadas as tão ansiadas sms nos telemóveis dos docentes e pessoal não docente do pré-escolar, 1.º Ciclo e das atividades de enriquecimento curricular, convocando-os para a vacinação. Não foi um sonho, antes uma realidade, abraçada de imediato pela maioria, que a partir das primeiras horas da manhã deste fim de semana receberá a primeira dose, confiando na eficácia e segurança de uma vacina atestada pela Agência Europeia do Medicamento.
Conforme tenho defendido há alguns meses, é um ato de justiça e sensatez, que não se revê em atropelos nem em ultrapassagens, percebendo-se que a docência é uma profissão essencial.
Nessa medida, a adesão à chamada, que se augura elevada, reforçará a segurança que as escolas já oferecem, aumentando a credibilidade das comunidades escolares num espaço fulcral para o desenvolvimento positivo e global - físico, emocional, relacional e cognitivo - das nossas crianças e alunos, orgulho de uma Nação Valente e Imortal!
Paralelamente, começou a chegar às escolas o material digital, cedido em regime de comodato, para os professores utilizarem no seu imenso e exigente exercício laboral. É de saudar mais esta ação governamental, pois não era compreensível que a entidade patronal não dotasse estes seus profissionais de instrumentos de trabalho para fazer jus às suas funções. Acertada iniciativa, e justa concretização, mau grado a longa espera que foi imposta, julgando a dado momento tratar-se de mais um anúncio vapor que se esfumaria em desígnios e urgências consideradas maiores.
Em balanco do período que terminou, aplaudo o decurso destas duas semanas de aulas, após o regresso bem-sucedido das crianças e discentes mais jovens ao ensino presencial, vincadas pela saudade e motivação dos pequenos, resiliência e dedicação dos docentes, entusiasmo e colaboração do pessoal não docente e felicidade e apoio de pais e encarregados de educação. Atribuo nota elevada no que há Educação diz respeito, nomeadamente no referente à 1.ª fase do desconfinamento, salientando a confiabilidade que merecidamente colhe esta área governativa, porém carente de um investimento robusto e continuado.
A nova semana será dedicada às avaliações, que redundam numa imensa atividade administrativa para os professores - para quando a eliminação desta ingrata, e muitas vezes, desnecessária tarefa imposta aos docentes? - e de descanso dos discentes, alguns dos quais tendo tido mais aulas à distância do que presenciais.
Contrariar essa tendência, dando cumprimento ao plano de desconfinamento delineado pelo governo, requer não baixar a guarda, obrigando a seguir escrupulosamente as regras sanitárias que evitem a propagação do vírus e, como resultado, um renovado confinamento.
As escolas continuarão a fazer o seu trabalho, até ao momento, notável, reforçando a efetivação das regras e dos procedimentos adotados, apresentando-se como um modelo para
as comunidades envolventes, de onde emergem exemplos menos dignos de pessoas egoístas e vis, que, sem pejo ou decência, desafiam o cumprimento das mais elementares normas de saúde e convivência salutar, achando-se donos disto tudo!
Nos estabelecimentos de ensino promovem-se, entre outros, atitudes e valores que fomentam, entre outros, o respeito, o valor da vida, a solidariedade, a inclusão, a amizade e a cooperação, preditores de uma sociedade constituída, cada vez mais, por cidadãos responsáveis, mais assertiva e favorável, aquela pela qual lutamos, investindo esforços numa educação plena, integral e integradora.
Parabéns às nossas crianças, alunos, educadores e professores pela excelente lição que dão ao país, mostrando como se deve (con)viver em tempos de pandemia.