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Ontem, findou um dos períodos letivos mais longos (63 dias!) de que há memória para as escolas que ainda se organizam por trimestres. O seu início teve adiamento de uma semana, devido à agudização da incidência de casos positivos que se manifestavam na altura, determinando o encurtamento da pausa do Carnaval e distribuindo os dias letivos à intensidade que 4 meses faziam prever, nos quais abundaram acontecimentos sui generis.
Desde logo, a alteração do calendário escolar no que concerne ao 2.º período letivo, como foi referido anteriormente, a continuação da árdua, complexa e burocrática empreitada de entrega do material digital aos alunos (tarefa ainda incompleta) tem vindo a acarretar para as escolas, a realização de eleições legislativas e a tomada de posse do novo governo, que resultou na mudança do ministro da Educação, o acolhimento de alunos ucranianos, refugiados de uma guerra execrável, a entrada da descentralização na Educação, o crescente e notório destaque, finalmente, dado à escassez de professores...
Com efeito, a Educação foi alvo, nestes últimos tempos, de circunstâncias que alavancarão um impacto profundo no futuro das escolas, desejavelmente para melhor. As alterações - proativas e reativas a dossiês importantes - foram profusas, exigindo um acompanhamento atento e lúcido do evoluir dos novos cenários e dos imperativos que estes impõem, porquanto, em alguns casos, o provir se mantém uma incógnita.
A Educação renova a cada novo governo a esperança de conseguir conquistar as finanças para sua aliada, apostando nas gerações futuras, num país que deseja crescer na Europa e no mundo.
Para tal, a constante que nos inspira a todos otimismo e segurança é, sem dúvida e com orgulho, o trabalho realizado pelos professores e diretores ao longo destes dias, destes anos, demonstrando uma cabal entrega à árdua, mas estimulante missão de ensinar, de acolher, de apoiar e uma singular e infindável capacidade de perseverar.
Por conseguinte, valorizar e dignificar a carreira docente deverá ser um dos principais desígnios desta legislatura. Melhorar substancialmente as condições de trabalho dos professores é a premissa, quão imprescindível quanto necessária, para garantir a qualidade patenteada diariamente.
Até ao término do ano escolar, há muito trabalho a efetivar nas e em proveito das escolas. As provas de aferição, as provas finais de ciclo e os exames do ensino secundário assumem particular relevância, atendendo aos objetivos ínsitos e às exigências laboriosas que requerem. É expectável um decurso normal e tranquilo das aprendizagens das nossas crianças, alunos e formandos, tendo o acompanhamento habitual e próximo dos professores, técnicos especializados, assistentes técnicos e operacionais.
A próxima semana será de férias para os discentes, encontrando-se os docentes envolvidos em tarefas avaliativas de elevada responsabilidade, e se estes também são dignos merecedores do descanso retemperador das forças para o derradeiro período, este ano, apenas terão um vislumbre do que seria inteiramente justo, cientes de que se auguram meses finais de elevada efervescência na Educação.