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Luís Valente de Oliveira, ex-ministro, numa entrevista recente a um programa da RTP, a dado momento é desafiado pela jornalista Fátima Campos Ferreira a um exercício hipotético imposto pela questão: "Se fosse hoje chamado a tomar uma única medida, uma única decisão sobre o país, qual seria?" Sublimada pela prontidão e inquestionável certeza, a resposta foi a que serve de título ao presente artigo.
Uma interpretação abrangente da significação do conteúdo que foi expresso não deixa dúvidas que este defensor da Regionalização investiria nas duas áreas mais importantes de qualquer país desenvolvido.
Não desejando de todo colocar em causa a opinião mencionada, esta teria assumido valor acrescido se fosse proferida por um político no ativo, dotada da intencionalidade que alavanca a sua concretização prática, tornada pública sob compromisso de honra.
Urge discutir a Educação pela voz de quem a melhor compreende, encontrando consensos proativos, abraçando os desafios à medida que estes surgem, salvaguardando a sustentabilidade de processos e suportes e, obviamente, estando mais preparados para situações imponderáveis, de que a pandemia e a guerra na Ucrânia se constituíram como meros exemplos.
Colocar em primeiro plano o futuro dos nossos jovens exige investir com convicção nos recursos humanos (professores, técnicos especializados, assistentes técnicos e operacionais...), no edificado e nos materiais indispensáveis para acautelar e potencializar as condições essenciais de continuação do excelente trabalho que é realizado dia a dia.
A excessiva centralização das políticas educativas é um constrangimento desmesurado e adverso e, pelo efeito, dificulta as mudanças na Educação que se impõem realizar. A transferência de competências deverá ser usada em benefício de um coletivo descentralizado, pois muitas vezes as políticas implementadas são desajustadas, "desenhadas" para realidades desconhecidas pelo legislador, quantas vezes agarrado a contextos específicos da capital, descurando a diversidade e as assimetrias intrínsecas a cada região, concelho, freguesia, detentoras de identidades que devem ser respeitadas e acolhidas.
Legislar para a heterogeneidade do país no tocante à Educação facilitará conceber e enaltecer os virtuosismos de cada escola, alvitrando e corrigindo as áreas fracas, perspetivando soluções e ações que consentem o enriquecimento e o aperfeiçoamento das aprendizagens a que aspiram os seus profissionais.