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A semana marcou o regresso às escolas dos alunos do ensino secundário, os últimos na derradeira fase do desconfinamento iniciado a 23 de janeiro, e os primeiros a serem alvo de testagem, após os professores e pessoal não docente terem sido inoculados com a 1.ª dose da(s) vacina(s).
Excelentes iniciativas com impacto considerável, que aumentam a responsabilidade das escolas, espaços que garantem segurança elevada, onde as comunidades escolares se sentem protegidas, e, pelo facto, impõe a prudência de não se baixar a guarda e de se reforçar o nível de exigência do cumprimento das regras e procedimentos adotados.
Ao mesmo tempo, importa devolver a esperança a todos, particularmente aos jovens, os principais herdeiros das consequências de tão impiedosa pandemia.
O 25 de abril de 1974, feito magnífico que amanhã comemoramos, conseguiu esse desiderato. Perseveraremos novamente para o alcançar, volvidos 47 anos num enquadramento circunstancial diferente?
Na minha opinião sim, pois confio no meu país! E confio mais ainda na Educação em Portugal!
Apresentando-se como área basilar de uma sociedade democrática, devemos convocar a urgência de atos e atitudes que devolvam expectativa otimista aos seus protagonistas:
· Alunos - os longos dias passados em casa, não só por força do ensino à distância, obriga a que lhes sejam disponibilizadas, por direito, as oportunidades essenciais e facilitadoras para a construção de projetos de vida promissores; continuar a esbater as desigualdades sociais, fomentar a justiça social e criar ambientes de igualdade e equidade é uma das missões que a escola pública reforçará nos próximos anos. Deste modo, o elevador social movido pelo ensino presencial ganhará pujança e contribuirá positivamente para aprendizagens consolidadas em valores, cooperação e sentido de pertença;
- Professores - "Obrigado, professor!" foi das mensagens mais proferidas e escritas por alunos, pais e encarregados de educação, entre outros, no reconhecimento destes profissionais diligentes, que se entregaram (e entregam) de corpo e alma aos seus discentes; recusando o epíteto de heróis, tiveram (e têm) a coragem e dedicação, dignos dos mais elevados encómios; é obrigação do governo, principalmente de quem gere o dinheiro público, alinhar os discursos com decisões justas e devidas, a título de exemplo, a abolição das "travagens do 4.º para o 5.º e do 6.º para o 7.º escalões" na Avaliação do Desempenho Docente, subordinadas à hipocrisia das vagas existentes, mecanismo artificial "assumidamente castigador e desonroso ao não permitir, grosso modo, a manutenção das menções de Muito Bom e de Excelente na classificação final de um elevado número de docentes, remetendo-os para uma bolsa onde poderão permanecer alguns anos"; (pronúncia da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas);
- Técnicos Especializados - as escolas públicas têm vindo a ver aumentado o número destes profissionais, deveras indispensáveis para a Educação, realizando um trabalho profícuo, muitas vezes invisível para o comum dos olhares, mas que em muito contribui para o aumento do sucesso escolar e a diminuição da taxa de abandono; deseja-se, assim, que o ministério da Educação continue a investir no reforço do número de psicólogos, assistentes e educadores sociais, mediadores, terapeutas, a par da melhoria das respetivas condições de trabalho, tornando-as mais aliciantes e condignas, sob pena de podermos assistir à saída destes para outras áreas da sociedade;
- Assistentes técnicos e operacionais - o trabalho dos elementos dos serviços administrativos das escolas é preponderante para o desenvolvimento da atividade basilar de cada unidade orgânica; prestando um apoio direto aos alunos e aos professores, os assistentes operacionais agilizam as respostas adequadas às necessidades do quotidiano, favorecendo o bem-estar das comunidades educativas. É crucial cativá-los para o sistema educativo.
Reconhecer as escolas na capacidade que detêm em acompanhar eficazmente os seus alunos requer a valorização e dignificação das carreiras dos profissionais que todos os dias fazem das tripas coração em prol de uma Educação Valente e Imortal!