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O regresso paulatino à normalidade nos estabelecimentos de ensino culminou com a decisão do Conselho de Ministros, da passada 5.ª feira, que determinou a cessação da obrigatoriedade do uso de máscaras nas salas de aula e, por consequência, nas escolas.
Pese embora a resolução tenha efeitos imediatos, estamos perante um período de transição, cientes que alguns alunos, professores e pessoal não docente decidiram optar pelo comportamento protetivo que mantêm há mais de 2 anos, preferindo aguardar mais algum tempo antes de assumirem a tão ansiada disposição. E se no dia de ontem imperaram as dúvidas sobre o início da aplicabilidade da medida, estou certo de que, a partir de 3.ª feira, a máscara estará em minoria num espaço em que as práticas e interações saíram com prejuízos avultados decorrentes da aplicação das regras e procedimentos necessários para conter a propagação.
Agora, e como sempre, o foco da nossa atenção recai sobre o essencial: as aprendizagens dos nossos alunos. Desde o início deste ano letivo e com efeitos até final de 2022/2023, as escolas, de modo autónomo, elaboraram e fizeram aprovar os respetivos planos de recuperação das aprendizagens (PRA) que, pelo menos até finais de janeiro, tiveram manifestas dificuldades em serem cumpridos, resultante do constante vai e vem casa-escola de alunos e professores que testaram positivo.
No final do primeiro ano de aplicação deste plano, que reputo de crucial valor, é expectável a realização de um balanço pelo ministério da Educação e escolas, de modo a apurar os níveis de efetividade alcançados e se o terminus do mesmo continua a ser o inicialmente previsto ou será necessário estendê-lo por mais algum tempo (eventualmente outro ano letivo), equacionando os constrangimentos verificados nos primeiros meses, e, assim, consolidar os objetivos que presidiram à elaboração dos PRA.
Realço o trabalho dedicado que as escolas continuam a empreender, ultrapassando adversidades inesperada, graças à galhardia dos docentes e demais profissionais, incessantemente colocados à prova.
Sem qualquer contestação, a profissão de professor é das mais notáveis que conheço: a paixão com que estes briosos profissionais se entregam ao ato de ensinar, de transmitir saberes e conhecimentos que capacitam e preparam os jovens para melhor enfrentarem o mundo de amanhã, mas também na empatia e no relacionamento que estabelecem e criam felicidade, segurança e autodeterminação, contribuindo para uma vida plena de crianças e jovens que jamais os esquecerão.
O reconhecimento que a generalidade das pessoas devota aos professores carece de ser replicado pelos governantes na aplicação de medidas concretas, que dignifiquem e valorizem a carreira docente e estes profissionais.
Necessitamos de passar da palavra aos atos e cativar futuros professores com a proficiência que se impõe manter nas escolas: experientes, extremamente habilitados e altamente qualificados.
A Educação assume um papel crucial na prática plural da Liberdade!