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Do ponto de vista eleitoral, tivemos uns últimos dias agitados.
Uma certeza, para já, sobre as eleições na Turquia: uma participação eleitoral extraordinária. Aliás, tão impressionante que deve fazer corar de vergonha algumas democracias liberais, desde logo, a começar pela nossa. E só para reforçar: em 2018, para as eleições parlamentares, votaram cerca de 86% dos eleitores turcos. Nas nossas últimas legislativas votaram cerca de 51% dos eleitores portugueses.
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Em paralelo, outras eleições, desta feita, na Tailândia, um país com cerca de 70 milhões de pessoas. Nos últimos anos, os democratas não têm tido vida fácil, em particular, face à intervenção e ao poder político dos militares. A vitória dos partidos democratas será uma notícia excelente num país e numa região, o Sudeste Asiático, que bem precisa de mais direitos e Liberdade. No entanto, a tarefa será árdua e, logo à partida, a necessidade de entendimento entre os vários protagonistas democratas.
A estas temos de adicionar a confirmação dos resultados da eleição no estado de Karnataka, uma das 36 partes (28 estados e 8 territórios da União) da República da Índia -, que foi ganha, de forma inequívoca, pelo Partido do Congresso, atualmente na oposição a nível nacional. Na verdade, em termos nacionais o registo, desde 2014, do BJP, partido do atual Primeiro-Ministro Narendra Modi, tem sido o de uma espécie de rolo compressor eleitoral. Será um resultado com impacto além-fronteiras deste Estado? Em termos da saúde da democracia indiana seriam, sem dúvida, boas notícias.
Estamos a falar de um estado indiano com cerca de 61 milhões de pessoas (de acordo com o Censo Nacional de 2011) e a sua capital é Bengaluru (antigamente Bangalore) conhecida como a «Silicon Valley indiana», que se foi desenvolvendo nos arredores. A parte antiga de Bengaluru é marcada pela natureza e pelo verde e é mesmo uma cidade impressionante, que é impossível esquecer.
Por vezes, a nós, portugueses, fazia-nos bem olhar para outras democracias fora da bolha europeia. Sejam democracias liberais plenas como Taiwan, sejam países cujos regimes democráticos fragilizados obrigam os democratas a serem mais imaginativos e persistentes no combate pela sobrevivência da sua Liberdade.
Desejo a todos uma boa semana.