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As direções das escolas estão cientes da importância de dar voz aos alunos, ouvir as suas preocupações, motivações e, sobretudo, as propostas que desejam fazer chegar a quem tem o poder de decisão, contribuindo, assim, para aumentar a legitimidade da ação destas, sempre em benefício da melhoria da qualidade da educação e do bem-estar geral.
Dediquei esta semana e a próxima para mais uma ronda de reuniões informais com os delegados de grupos e turmas das escolas do Agrupamento que dirijo, no sentido de auscultar, desta feita, os representantes das crianças do pré-escolar e 1.º Ciclo relativamente ao dia a dia nos respetivos estabelecimentos de ensino.
Fui invadido por um sentimento de enorme satisfação com os testemunhos e a multiplicidade de ideias concretas e válidas sobre o que pretendem ver melhorado, bem como as iniciativas que desejam dinamizar, algumas circunscritas ao grupo ou turma, mas a maioria mais abrangente, em parceria com a escola, associação de pais e encarregados de educação, autarquia, para gáudio das comunidades educativas.
Enquanto dirigente de uma instituição frequentada por mais de 2000 alunos/crianças, estes são momentos de extrema importância no âmbito da minha ação, preparados pelos alunos com a orientação de educadores, professores titulares de turma e diretores de turma, e resultam em sessões de debate envolvido entre os discentes para apresentação de propostas e resultados.
Realço o trabalho colaborativo e empenhado de todos, mormente o ânimo e a determinação que incutem na sua participação, tomando a palavra como instrumento vital para apontar situações menos boas, mas, principalmente, congratulando-se com o já alcançado, não poupando elogios aos docentes, técnicos especializados e assistentes operacionais, sempre muito próximos e disponíveis.
Trago destes encontros páginas e páginas de anotações, propondo-me concentrar esforços no que importa ser melhorado, tentando não defraudar as expectativas de quem tão ativamente vive a sua escola. E, por isso, trago o coração cheio de motivação, reforçada e amparada pela energia das nossas fantásticas crianças e jovens, para fazer mais e melhor, no tocante às condições que potenciem aprendizagens integradoras e múltiplas, dotando-os de ferramentas para, no futuro, serem cidadãos informados e pró-ativos num mundo cada vez mais exigente.
E esta dimensão da aprendizagem impõe que, cada vez mais, se ensine para as emoções, para os relacionamentos interpessoais, para os valores e para as ditas soft skills.
Permito-me, por isso, partilhar a intervenção de um aluno do 1.º ano de escolaridade, que, pedindo uma palavra final, proferiu: "Se esta escola não se chamasse Escola..., chamar-se-ia Escola Feliz!"
Ao escutá-lo, soltei uma gargalhada, aplaudindo a intervenção genial daquela criança, que, confesso, me emocionou e encheu de orgulho, pela genuinidade do sentimento e da partilha.
Ele tem toda a razão!
Precisamos de nos preocupar com a felicidade nas escolas, e isso é e deve ser trabalhado diariamente por todos os intervenientes neste espaço extraordinário.
A felicidade deve ser a constante! A escola faz e quer alunos felizes!!