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Contabilizados quase dois anos desde o marcante dia em que a Organização Mundial da Saúde anunciou a situação de pandemia em resultado da Covid-19, assistimos a avanços e recuos no combate a este vírus e na gestão da doença que assola tantos lares, que ora trazem esperança e impelem a renovadas e positivas expectativas, ora convocam o desânimo e quase desespero, face às limitações profundas que determina nas vivências do quotidiano de todos.
Na Educação, as escolas têm sido autênticos baluartes na batalha a inimigo tão hostil, contando com a colaboração das comunidades educativas, reafirmando-se como instituição de referência para a Vida.
As aprendizagens continu(ar)am a realizar-se, mesmo quando é (foi) acionado o ensino remoto de emergência (ensino à distância), que ocorreu em demasia no primeiro período letivo, penalizando principalmente os mais novos (dos seis aos 11 anos), alguns dos quais tendo estado, mais que uma vez, confinados.
As decisões dos delegados de saúde nem sempre foram bem aceites e compreendidas, pois, perante situações (aparentemente) idênticas, decretavam veredictos distintos, decorrentes, frequentemente, de uma comunicação ineficiente por parte da Direção-Geral da Saúde, provocando a indignação de pais e encarregados de educação, assim como a estupefação dos líderes das escolas.
A alguns dias do início de mais um ano civil, aguarda-se a comunicação ao país do primeiro-ministro marcada para o dia 5 de janeiro, prevendo-se novidades, ou não, tendo em conta o evoluir da situação pandémica, desejando a validação do arranque do 2.º período letivo (em regime presencial) na data prevista. Será assim?
É necessário conferir esperança a todos os portugueses, com enfoque particular, aos profissionais da Educação.
É tempo de atender às adversidades enunciadas reiteradamente no tocante aos recursos humanos das escolas, mormente no que aos professores diz respeito, devendo expressar essa vontade, colocada em ações concretas, em as solucionar.
O ministro das Finanças do próximo governo, de uma vez por todas, deverá dedicar-se à Educação como área prioritária de todos os setores. A escassez de docentes no sistema educativo nacional é dos mais sérios óbices existentes neste momento, só não sendo percecionado por quem não revela sensibilidade face a tão gravosa questão estrutural, que se vem avolumando, de há uns anos a esta parte, e que, no futuro, causará impacto sistémico danoso no desenvolvimento do país.
Dignificar e valorizar a carreira docente será uma solução a médio/longo prazo; lançar no mais curto espaço de tempo possível concurso de professores contratados para os diversos grupos de recrutamento, revelar-se-á um passo de gigante para minorar substancialmente a dificuldade que, ano após ano, deixa milhares de alunos, durante largos períodos de tempo, sem aulas a diversas disciplinas.
Ultrapassado o mais crítico e desafiante dos problemas, Portugal continuará a beneficiar de uma Educação que nos deve encher de orgulho, desejando que persista Valente e Imortal.