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A Educação é uma temática apaixonante, sobre a qual todos têm uma opinião, emitida com maior ou menor conhecimento de causa, circunscrita à área de ação da responsabilidade que lhes é devida. Respeito, e aprecio muito, ainda que não sobrevalorizando, as opiniões de outsiders que, observando o sistema com distanciamento que um olhar de fora menos emotivo/emocional, os leva, por vezes, a assumir posições assertivas e benéficas para as escolas. São estas intervenções que registo com nota positiva na esmagadora maioria das pessoas que querem deixar contributos válidos.
Por outro lado, acontece amiúde que alguns especialistas da temática não acrescentam valor no tocante à melhoria do dia a dia das escolas, tal é o cariz teorético presente nos seus trabalhos académicos, pouco ou quase nada proveitoso para o processo ensino-aprendizagem. Alicerçam as suas argumentações e conhecimentos na dimensão conceptual, centrados nas hipóteses e teses argumentativas, que bem dominam, e cujo resultado final satisfaz os seus ímpetos académicos, mas pouco servem para a realidade escolar. Estou ciente que estes experts são em número residual.
Por isso, reputo de muito profícuos os encontros entre investigadores, docentes, diretores, estudantes, decisores políticos, pais e encarregados de educação, etc. subordinados ao tema basilar - a Educação, com ordens de trabalho necessariamente complementadas pela análise subtemática, atendendo aos inúmeros pontos passíveis e possíveis de debater.
Neste sentir das coisas, aponto o II Congresso Internacional de Educação Empreendedora e Cidadania: Construindo Pontes, Criando Futuro que termina hoje em Vila Nova de Gaia, como um evento de enorme importância.
A autarquia, sob a presidência do prof. Doutor Eduardo Vítor Rodrigues, muito atenta à sua Educação, acolheu e coordenou, com a colaboração do prof. Doutor Jacinto Jardim, esta mega iniciativa realizada em regime misto, presencial e à distância, em que cerca de 800 participantes de Portugal, Brasil, Chile e São Tomé e Príncipe apresentaram os seus trabalhos académicos, alicerçados em práticas aplicadas em contextos dos estabelecimentos de ensino superior e não superior dos seus países. A partilha de experiências e as opiniões escutadas deram um contributo feliz, apontando caminhos de futuro, em prol da melhoria permanente da Educação.
Os momentos de reflexão educativa afiguram-se cruciais num mundo em que quase não se investe tempo em parar para pensar e renovar, autómatos por imposição ou imitação, esgotando energias em práticas repetitivas e incessantes, que nos impedem de evoluir na proficiência individual, causando mais desgaste do que conforto na grande maioria dos professores, empreendedores e receptivos a mudanças justas, fundamentadas e impactantes na área que servem com dedicação.
Os docentes, atores privilegiados do processo educativo, devem ter tempo para participarem ativamente em sessões de partilha e aprendizagem, não só como meros espetadores, mas também como interlocutores diretos, defendendo o tema para o qual produzem diariamente conhecimento e progresso.