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170 mil pessoas saíram, por dia, da pobreza extrema, nos últimos anos. Em 1981, 42% do mundo vivia em pobreza extrema; hoje são menos de 10%.
325 mil pessoas por dia começaram a ter eletricidade em casa, e 200 mil começaram a ter acesso a água canalizada.
Em 1950, 27% das crianças morria antes de chegar aos cinco anos. Hoje, são ainda muitas, mas são menos de 4%.
Há 50 anos, a maioria da população era iliterada, mas hoje são apenas 10%.
Este são alguns dos muitos factos coligidos por um colunista do jornal New York Times, Nicholas Kristof, baseados numa base de dados de investigadores da universidade de Oxford - Our World in Data -, que tenho referido em alguns artigos.
Estes progressos históricos mostram como o mundo esta hoje muito melhor do que pensamos, e que temos hoje, muito melhores condições de vida do que os nossos avós.
O mundo continua a ser mau e perigoso, mas nunca esteve tão bem como hoje.
E o que nos devemos questionar, quando confrontamos o dia de hoje com o passado, é se nos recordamos que eles não havia acesso a vacinas, nem a antibióticos nem a cura para as epidemias.
Os nossos avós não tinham acesso a métodos anticoncecionais. As mulheres não tinham direitos e as minorias, também não. Num passado, relativamente próximo, os eletrodomésticos eram bens de luxo.
E quando nos comparamos com o tempo dos nossos avós, temos de nos perguntar se queremos continuar esse caminho, ou se queremos voltar para trás.
Estes progresso, do meu ponto de vista, tem muito que ver com a economia global, com a globalização, com a economia de mercado, e com a possibilidade de o mundo inteiro fazer trocas comerciais.
No momento em que os populistas procuram jogar com o nosso pessimismo, uma das formas de tentar combater o populismo, é olhar para o mundo, não de forma "cor-de-rosa", mas com os olhos reais.
Estes factos são verdadeiros, e isso não significa que não existam enormes desafios, como as desigualdades e as questões do ambiente.
Quando 10% da população mundial está em situação de pobreza extrema, não podemos considerar que está tudo feito. É apenas um caminho que está a ser trilhado.
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