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Todos os olhos estão postos na nova vida do Banco Português de Fomento (BPF). Agora que o primeiro-ministro deu posse à nova administração, a expectativa de que o BPF possa fazer a diferença na economia e no desenvolvimento nacionais é grande. O processo de escolha das duas mulheres, com braços de ferro, que passam a liderar a instituição demorou. Primeiro, os nomes escolhidos pelo governo tiveram de passar no crivo do Banco de Portugal. Depois de acendida a luz verde, foi preciso esperar que a anterior administração deixasse a casa arrumada e as contas fechadas para que as novas líderes colocassem a chave na porta e entrassem no hall.
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Como defendeu o primeiro-ministro, António Costa, por ocasião da tomada de posse da nova equipa na sexta-feira, no Porto, "iniciámos um novo capítulo na vida do Banco Português de Fomento, uma instituição ímpar com um mandato muito claro. A função do Banco Português de Fomento não é ser mais um banco, é ser o que os outros bancos não são. E acrescentou: "É essencial que o BPF cumpra a sua função de ser um grande apoio à inovação e modernização das empresas, para que estas possam ganhar escala e reforçar a sua competitividade a nível global." António Costa afirmou estar "confiante na renovada capacidade do BPF para alavancar o potencial das nossas empresas e acelerar o crescimento".
Agora é preciso arrepiar caminho. Não basta nomear pessoas competentes (Celeste Hagatong e Ana Carvalho) se não lhes forem dados meios, quer humanos quer financeiros. Por mais brilhante currículo que as decisoras apresentem, sem bracinhos e sem dinheiro não se faz obra nem se fomenta o tecido privado.
É bom lembrar que nem sempre a arte de depenar o ganso, obtendo o maior número de penas com o menor número possível de grasnidos (definição atribuída a Jean Baptiste-Colbert, ministro das Finanças de Luís XIV, o Rei-Sol), garante resultados ou leva as organizações a bom porto.
2023 poderá ser um ano decisivo para muitas empresas e o BPF pode dar o seu contributo positivo. Mas vale a pena sublinhar que Celeste Hagatong não é a fada madrinha que vai resolver tudo com uma varinha de condão. O país está cansado do verbo "anunciar"; agora é tempo do verbo "fazer".