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Escolas fechadas, vigílias, concentrações e agora manifestações. Ninguém cala os professores e parecem mais unidos do que nunca, como se viu ontem em Lisboa. A marcha começou no Marquês de Pombal e, envergando cartazes em defesa da escola pública, percorreram as ruas em protesto sonoro, durante a tarde.
A generalidade dos portugueses estão solidários com muitas das queixas destes profissionais, como por exemplo a progressão na carreira, o recrutamento e a colocação de professores perto de casa ou até a redução do horário de trabalho. Contudo, as famílias começam a ficar francamente preocupadas não só com a logística e as alternativas para deixar os filhos quando as escolas encerram, mas sobretudo com o atraso nas matérias que ficam por leccionar.
Como poderão os alunos, vítimas desta paralisação, estar preparados para os testes que, geralmente, antecedem as férias da Páscoa? E os que estão no 12º ano, irão reunir plenos conhecimentos, capacidades e até autoconfiança para realizar exames nacionais que, por sua vez, vão condicionar o acesso à universidade e o seu futuro? Como vão ser recuperadas as matérias educativas que ficaram para trás? E, já agora, como pretende o ministério e as escolas compensar os alunos de toda esta situação?
Alguma atitude terá de ser tomada, porque uma coisa é certa: as crianças não têm culpa das erradas políticas que foram tomadas, ao longo de décadas, na área da Educação. Cuidar do futuro do país passa por cuidar dos nossos filhos, dos nossos estudantes. Vale a pena pensar nisso e agir em conformidade.