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Gustavo Gatica é um jovem recém-licenciado em Psicologia. Nasceu no Chile e adora música, stand-up e futebol.
Hoje é-lhe difícil, senão impossível, jogar futebol.
No dia 8 de novembro de 2019 participou numa das várias manifestações contra o aumento da desigualdade no Chile. A polícia chilena reprimiu esta, como muitas manifestações, de forma violenta e indiscriminada.
Gustavo acabou por ser atingido por uma bala de borracha, disparada a menos de trinta metros de distância e em consequência disso perdeu a visão de forma permanente.
O gabinete do Procurador-Geral da Justiça está a investigar este caso, mas até agora sem quaisquer conclusões. Muitos outros casos foram denunciados com práticas de tortura e graves ferimentos provocados pela polícia a centenas de outros manifestantes.
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O evento que vitimara Gustavo Gatica deu-se num ambiente de instabilidade e repressão generalizada de manifestações no Chile.
Uma repressão encorajada pelas autoridades políticas que em vez de ouvirem o clamor de quem governam, vão querendo reprimir e silenciar o povo a quem servem.
O padrão de opressão à liberdade de expressão, de reunião e manifestação pacíficas vão assim aumentando à medida que a incapacidade dos governantes em resolver problemas também parece aumentar.
É imperativo que as lideranças políticas do mundo se comecem a mostrar capazes de soluções, capazes de ouvir, capazes de cumprir aquilo para o qual foram eleitos. Nenhuma resposta que tenha em si exclusivamente a violência, pode resolver qualquer problema do mundo e esta é uma tendência que não nos levará a um futuro bom.
É a sobrevivência da própria democracia que está em causa. Ela depende da qualidade das suas lideranças.
