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Não serão apenas medicamentos, mas serão novas fórmulas, que utilizam células do próprio doente, células de defesa que pode ser programadas contra cada tipo de tumor. Portanto, será um tratamento muito individualizado.
Esse tratamento vai implicar recursos próprios de laboratórios muitos especializados na preparação deste tipo de células de defesa para administrar no doente.
E um dos investimentos que a Fundação Champallimaud sentiu como estratégico é exatamente a instalação de um laboratório desse tipo. Não existem muitos no mundo.
Esse laboratório já está desenhado e já está programado para fazer parte do novo edifício, que dentro de um ano - esperamos nós - a Fundação Champallimaud pode inaugurar e que será dedicado ao tratamento do cancro do pâncreas.
A prevenção continua a ter de ser encarada de forma estratégica pelos governos e pela sociedade.
No aspeto do tratamento da doença, é fundamental começar a integrar os conhecimentos da biologia do cancro, que já existem hoje, mas não estão devidamente aplicados.
Penso que aquilo que nós hoje conhecemos sobre a biologia do cancro vai tornar-se muito mais real - esperamos nós - nos próximos dez anos. E isso pode abrir uma esperança muito positiva.
Não digo que possamos curar todos os cancros, mas podemos começar a tratá-los de uma forma mais eficaz, com uma perspetiva de vida muito mais longa e com mais qualidade.
*oncologista especialista no pâncreas