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A sustentabilidade ambiental afirma-se, cada vez mais, um desígnio mundial e, pelo facto, não surpreende que esta semana se tenha anunciado que os exames nacionais deixarão de ser realizados em papel por introdução gradual do formato digital, com concretização até 2025.
Sentida como uma boa decisão, certo é que impõe desafios e reflexões para que a transição do analógico para o digital, concretamente no que respeita a este processo avaliativo, implique um planeamento prévio eficaz. Só assim a mudança gerará um impacto positivo, evitando redundar em mais um elefante branco que a Educação dispensa.
A tarefa exige construção sedimentada em alicerces robustos, sendo fulcral dotar as escolas de material digital diverso, com o necessário reforço da rede wi-fi e a instalação de fibra ótica, por forma a combater os "apagões" perturbadores das dinâmicas desenvolvidas em contextos digitais e virtuais de aprendizagem.
De igual modo, impera disponibilizar um computador com acesso à internet a todos os alunos e professores, equipamento obrigatório para que se cumpra a universalização da educação digital, no acesso à informação, aos recursos e às plataformas que se traduzem em mais-valias para um processo de ensino-aprendizagem integral e assente na equidade, conceitos presentes nos discursos políticos e nos diplomas legais, mas, tantas vezes, arredados do quotidiano de muitos.
O investimento na formação para professores e alunos, sem esquecer o pessoal não docente, é fulcral para o sucesso de uma aposta vencedora, e que irá contribuir para melhorar competências e práticas pedagógicas, bem como aumentar as oportunidades e a participação dos alunos nos diferentes ambientes educativos.
Continuarão a ser entregues às escolas, aos discentes e docentes mais computadores e rede de internet que reforçarão o parque tecnológico, e revitalizarão, assim se deseja, a forma como se ensina e aprende.
Naturalmente a figura do técnico de informática assume, no presente, uma essencialidade mais marcante nas escolas, para a manutenção e atualização do material digital. O profissionalismo das escolas obriga, necessariamente, a repensar os recursos humanos, abdicando do voluntariado dedicado, por carolice, dos professores de Tecnologias de Informação e Comunicação, sobrecarregados com as enormes solicitações diárias.
A bazuca ou, a atualmente apelidada vitamina, deverá ser direcionada, também, para a Educação, não só favorecendo o investimento em recursos físicos e materiais, mas principalmente humanos, sem os quais é impraticável um melhor desempenho.
As escolas necessitam de vontades e ações musculadas e decisivas para prosseguir motivada no caminho do sucesso, augurando futuro que orgulhará a todos os portugueses.
Os professores e as direções das escolas farão a sua parte. Quem nos acompanhará?