Corpo do artigo
Esta semana arranca com Antony Blinken na China, a ida do primeiro-ministro chinês Li Qiang a Berlim (e depois vai a Paris) amanhã e, na quinta-feira, chega o primeiro-ministro indiano Narendra Modi a Washington.
Destas três visitas e reuniões escolher a mais significativa não é fácil. A ida do responsável pelos negócios estrangeiros dos EUA à China vale sobretudo porque finalmente teve lugar. O mais importante é que Washington e Beijing consigam conversar, já que as divergências e as questões sensíveis são muitas.
E o que podemos dizer sobre as relações entre Berlim e Beijing? É verdade que a relação se encontra num período de transição, mas não é de todo clara a posição da Alemanha em relação a alguns dossiers mais sensíveis como, por exemplo, o dos setores estratégicos.
TSF\audio\2023\06\noticias\19\19_junho_2023_a_opiniao_de_raquel_vaz_pinto
Na mesma linha temos de esperar para ver se o novo documento de estratégia alemã face à China, previsto para início do próximo mês, é mesmo algo de diferente. Tendo em conta o peso a todos os níveis da Alemanha na União Europeia será crucial que Berlim esteja alinhada com a direção da Comissão Europeia e a necessidade de «diversificação» e de «mitigação dos riscos» face à China.
Por último, numa lógica de aposta na relação entre Nova Deli e Washington temos a visita de Narendra Modi. Na perspetiva do Indo-Pacífico, esta é a relação mais desafiante para os EUA e não pode de todo ser entendida como evidente ou adquirida. Por outro lado, para Nova Deli, os EUA são imprescindíveis para fazer face à influência da China, que tanto preocupa a Índia. Tenho curiosidade em ouvir o discurso de Modi no Congresso dos EUA.
Cá estarei para o analisar.
Até lá desejo a todos os ouvintes uma boa semana.