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Hoje trago-vos mais uma figura da equipa da Administração Biden que está a ter um desempenho notável: o diretor da CIA, William Burns, que foi empossado em março de 2021.
O que podemos destacar sobre esta figura? Dois pontos muito importantes: a carreira diplomática de mais de três décadas e a sua visão do mundo. Em relação à carreira o que posso dizer? Longa, multifacetada e extraordinária incluindo ter sido Embaixador dos EUA na Rússia entre 2005 e 2008.
A sua visão do mundo ficou bem patente na prestigiante palestra anual Ditchley proferida neste sábado 1 de julho.
Destaco três pontos entre tantos tão interessantes tais como o impacto da tecnologia na CIA ou a importância da saúde plena dos seus profissionais.
Em primeiro lugar, a fotografia do impacto da Guerra na própria Rússia: «a sua fraqueza militar exposta; a economia fortemente danificada durante os próximos anos; o seu futuro como parceiro júnior e colónia económica da China a ser moldado pelos erros de Putin; e as suas ambições vingativas contidas por uma NATO maior e mais forte.»
Em segundo lugar, o seu entendimento sobre a China: «Nesta profissão de recolha de intelligence, estudamos com muito cuidado o que os líderes dizem. Mas, prestamos atenção especial ao que fazem e nesta matéria a sua repressão crescente em termos internos e a agressividade externa - desde a sua parceria sem limites com Putin às ameaças à paz e estabilidade no Estreito de Taiwan - são impossíveis de serem ignoradas.»
Por último, em termos de prioridades: «Se a Guerra de Putin na Ucrânia é o desafio mais imediato na competição estratégica, a China de Xi Jinping é o nosso maior rival do ponto de vista de intelligence e geopolítico e a prioridade mais importante a longo prazo.»
A liderança e a clareza de William Burns são, de facto, uma mais-valia.
Desejo a todos uma boa semana.