Corpo do artigo
Tudo nos tem chocado estes dias no Médio Oriente. O ataque do terror do Hamas a inocentes israelitas. O ataque de terror das autoridades israelitas na Faixa de Gaza a inocentes palestinianos.
Tudo nos choca, tudo nos parece radicalizar contra alguém. Em vez de negociação, radicalização. Em vez de compaixão, demonização.
A sociedade futebolizou-se, para lá disso: uns de um lado, outros do outro. Vivemos um tempo em que não se procura a paz, procuram-se culpados, inimigos a abater, vinganças a cumprir. Esta perfídia que infeta os radicais fanáticos do Hamas e da Jihad Islâmica, é comum aos ultranacionalistas fanáticos que condicionam o governo de Israel.
Em 1947 as Nações Unidas aprovaram uma resolução que constituía no Médio Oriente dois Estados: o de Israel e o da Palestina. Designaram territórios específicos para cada um deles numa terra que parece só ter visto paz no tempo longínquo do Rei David. Desde então, sempre ocupada: Babilónia, Grécia Antiga, Romanos, Cruzadas, Árabes, Otomanos e o mandato britânico. Não fui exaustivo.
TSF\audio\2023\10\noticias\14\14_outubro_2023_a_opiniao_de_pedro_neto
Como seria de esperar, em 1947 nenhum dos países em redor aceitou esta resolução e marcharam para aqueles territórios assim que as forças britânicas abandonaram o território.
Logo em 1947 Israel travou uma guerra de independência contra os países vizinhos. Os palestinianos viviam a Nakba, a catástrofe. Depois a crise no Suez, com o Egito, mais tarde a guerra dos seis dias, depois a guerra do Yom Kippur, e ainda as guerras com o Líbano.
Os conflitos têm sido permanentes. Não só guerras de defesa perante outros países, mas também as lutas por espaço e por terras se tornaram corredor aberto para repressão em massa, para desalojamentos forçados e colonatos, para fundamentalismos, para atropelos aos direitos humanos, para ultranacionalismos, para sofrimento sem fim.
A repressão, o controlo, as ocupações de territórios culminaram num sistema de apartheid pelo governo israelita para com os palestinianos. Isto mesmo foi já reconhecido pelas Nações Unidas e hoje as fronteiras físicas já pouco têm que ver com a resolução e divisão de terras que a ONU definiu em 1947.
Hoje o mundo está em suspenso para perceber o que se vai passar. Há uma semana um massacre a inocentes civis israelitas. Hoje a ameaça de um massacre a inocentes civis palestinianos.
De todos os lados o sofrimento de civis inocentes, a perda de vidas humanas, em guerras e repressão que há tantos anos duram.
Isto tem de parar. Este ódio e terror de ambos os lados tem de parar.
Todos devemos poder sonhar com uma vida em paz e com justiça.
