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No habitual espaço de comentário na TSF, Daniel Oliveira considera que Marcelo Rebelo de Sousa apresentou a sua recandidatura à Presidência da República "muitíssimo tarde". O comentador teme que, como escreveu Paulo Baldaia, a eleição que se avizinha possa significar elevados índices de abstenção. E isto, diz Daniel Oliveira, "tem vários efeitos políticos".
Em primeiro lugar, a abstenção prevista pode significar "pouca legitimidade de um Presidente da República" e a eleição pode "até chegar a uma segunda volta, que não corresponde ao sentimento nacional".
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Por outro lado, Daniel Oliveira afirma que a forte abstenção prevista pode "inflacionar o candidato da extrema-direita, André Ventura". "Os extremistas têm sempre maior facilidade de mobilizar eleitores para votarem numas eleições deste género", disse. "Não basta pedir às pessoas para votarem. A comunicação social tem de fazer a sua parte. Acho que até que tem desprezado esta pré-campanha, mas é também normal, porque os pré-candidatos estão a concorrer contra um não-candidato", considera.
Por isso, Daniel Oliveira critica o atual chefe de Estado, que é "o maior responsável" desta situação e criou um "tabu que ninguém acreditou" em relação à sua recandidatura. "Marcelo Rebelo de Sousa beneficiou do estatuto de ser Presidente da República. Enquanto não o tiro de partido, tirou o foco dos outros candidatos e prolongou uma desigualdade porque continuou no centro do palco por ele ser Presidente da República", acrescentando que Marcelo "pode vir a ser o principal prejudicado pelo excesso de taticismo".